Copom admite que juro pode começar a cair

Agência Brasil
Agência Brasil

Meirelles, presidente do BC e do Copom: ata aponta cenário mais positivo.

Rio (Das agências) – A ata da reunião deste mês do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) – realizada em 16 e 17 de agosto e que manteve a taxa básica de juros em 19,75% ao ano – divulgada ontem, mostra que, apesar da recente escalada de preços do petróleo no mercado internacional, o BC manteve a estimativa de aumento zero para a gasolina e o gás de cozinha em 2005. No documento, o comitê aponta enxergar um cenário mais positivo para a evolução da inflação futura, o que pode gerar as condições necessárias para a primeira queda de juros em um ano e meio na sua reunião de setembro.

No documento, o comitê retirou a frase em que sugeria manter a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 19,75% ao ano por um ?período suficientemente longo? para assegurar a convergência da inflação para a meta de 5,1% estabelecida para este ano. Nos últimos três meses, essa frase esteve presente na ata, e a decisão do comitê foi pela manutenção dos juros.

Além disso, o Copom afirmou avaliar que o crescimento da economia brasileira se dá ?em ritmo condizente? com a expansão da oferta, o que contribui para manter a inflação sob controle.

O cenário internacional também traz otimismo ao BC: ?O Copom avalia que, não obstante a elevação recente dos preços internacionais do petróleo, que representa um risco significativamente maior do que havia sido avaliado na reunião de julho do Copom, o cenário externo continua favorável?.

?Assim, continua se configurando, de maneira cada vez mais definida, um cenário benigno para a evolução da inflação?, consideraram os diretores do BC.

O Copom elevou os juros constantemente entre setembro do ano passado e maio deste ano com o objetivo de combater a inflação. Desde então, manteve a taxa básica da economia brasileira em 19,75% ao ano. A expectativa do mercado é de que haja redução para 19,25% na reunião de setembro.

A aposta do mercado se baliza nas previsões de inflação para este ano. De acordo com o Boletim Focus, elaborado pelo BC a partir de consultas a mais de cem instituições financeiras, o IPCA (índice que serve de base para as metas de inflação) deve ficar em 5,34%. Ou seja, bem próximo da meta de 5,1% estabelecida para 2005.

Petróleo

Sobre os resultados do petróleo, o Copom não alterou a previsão de reajuste zero para este ano, mas vê como significativo o risco de uma elevação dos preços até dezembro.

A Petrobras e o Ministério das Minas e Energia, que decidem sobre possíveis reajustes, já alertaram que haverá aumentos se o petróleo permanecer cotado no mercado internacional acima de US$ 60 o barril.

?Independentemente do que ocorra com os preços domésticos da gasolina, deve-se sempre ter em conta que a elevação dos preços internacionais do petróleo desde já representa um fator de risco para a trajetória futura da inflação?, afirmaram os diretores do BC na ata.

Assim como já havia feito em outras atas, o BC não citou a crise política como fonte de nervosismo no mercado, de pressão sobre o dólar e de possíveis altas de preços.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo