O reajuste que a Copel vai incluir na conta de energia dos consumidores do Estado será de 9%, mesmo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tendo autorizado um reajuste de até 14,34%. A informação é do governador Roberto Requião, afirmando que prefere “capitalizar o Paraná, gerando empregos, a ter acionista obtendo lucro da Copel. O Paraná está se desenvolvendo com a soma das políticas que adotamos e não podemos interromper esse crescimento”. A decisão também foi comunicada em nota de “fato relevante” distribuída ontem.
Em junho de 2003, a Aneel autorizou um reajuste médio de 25,27% nas tarifas. No entanto, por determinação do governador, esse índice foi transformado em desconto para pagamento em dia até 31 de dezembro de 2003. Em janeiro desse ano houve uma redução desse desconto e 15% passaram a ser aplicados nas contas de luz. O residual que ficou do ano passado, ou seja, cerca de 9%, é o que será aplicado aos consumidores paranaenses.
Com a transformação do reajuste em desconto, o governo deixou, indiretamente, R$ 1,2 bilhão na economia do Estado. “No ano passado, não repassamos os 25%, mas a Copel precisa fazer investimentos”, explicou Requião.
O consumidor em atraso terá um desconto médio de 2,23%. Esse índice é o resultado da diferença do reajuste médio proposto pela Aneel (14,43%) e do reajuste médio considerado justo pela Copel (11,88%). O número da Copel é menor porque a empresa considera o custo da energia produzida no Paraná, enquanto a Aneel calcula o custo como média nacional.
Programas
Em entrevista à Rádio Paiquerê, de Londrina, Requião relembrou que todos os compromissos assumidos durante a campanha estão sendo cumpridos. “Quando concorri ao governo do Estado já tinha sido governador, senador, prefeito da capital e deputado estadual. Apresentei um programa que eu tinha certeza absoluta que poderia ser implantado. Não foi uma brincadeira de aventureiro eleitoral, todos os pontos do programa estão sendo implantados progressivamente”, afirmou o governador.
Requião também explicou o funcionamento do “Leite das Crianças”, do “Luz Fraterna” e da tarifa social da Sanepar. “O programa ?Leite das Crianças? tem duas pontas: a da geração de empregos, apoiando a pecuária leiteira do Paraná, e a alimentação das crianças, que dá condição aos filhos de famílias pobres de disputar em igualdade com os das famílias com mais recursos, nas escolas e na vida”, disse o governador.
As medidas tributárias e fiscais adotadas também foram reforçadas por Requião. “No ano passado resolvi apostar no emprego. Liberamos do ICMS as microempresas e reduzimos o imposto das pequenas empresas e o Paraná gerou 230 mil empregos. Nós aliviamos os pequenos e multiplicamos o número de empresas e, apenas neste ano, já temos 240 mil empregos no Estado”, finalizou.