Copel vai adotar “tolerância zero”

Assustada com os níveis de inadimplência que encontrou na empresa, a nova direção da estatal decidiu colocar em prática imediatamente uma política de ações visando reduzir a impontualidade dos clientes. “Constatamos que a Copel vinha tratando do problema com excessiva brandura e complacência”, definiu Paulo Pimentel, presidente da Companhia. “Como resultado, a inadimplência atingiu proporções inaceitáveis para uma empresa que tem ações negociadas no mercado nacional e internacional.”

Para solucionar as pendências, ou pelo menos reduzir sua dimensão, a concessionária vai usar “com o rigor necessário”, segundo Pimentel, os meios facultados pela legislação, entre eles a suspensão do fornecimento. “É preciso ter em vista que além de honrar seus próprios compromissos, a Companhia tem contas e satisfação a prestar aos acionistas o maior deles, o povo paranaense”, completou.

O diretor-financeiro da Copel, Ronald Ravedutti, não revela o montante nem o número de contas pendentes por falta de pagamento, mas adianta que o problema não é restrito a uma classe de consumo ou a um grupo de usuários. “Existe inadimplência em todas as categorias, e o tratamento a ser aplicado aos relapsos será idêntico”, garantiu.

“As questões de ordem comercial decorrentes do contrato de fornecimento de energia elétrica estão regulamentadas na Resolução 456/2000 da Aneel”, explicou Ivo Pugnaloni, diretor de planejamento e de distribuição da Copel. “Ela dispõe em seu artigo 91 que a concessionária pode suspender o fornecimento de eletricidade, mediante prévia comunicação formal, no caso de atraso no pagamento da fatura de consumo ou de fatura onde sejam cobrados outros encargos e serviços vinculados ao fornecimento.”

A Copel também está fazendo estudos para definir e unificar os critérios de renegociação das faturas em atraso com os consumidores.

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