Com aproximadamente R$ 1,8 bilhão em caixa, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) pretende dar vazão a projetos que garantam maior rentabilidade à empresa e contribuam para o desenvolvimento do Estado.
Nesse sentido, serão priorizadas ações capazes de resgatar a capacidade de fornecer energia suficiente para o Paraná e para outros clientes, o que não ocorre desde 2004, quando o Estado deixou de exportar energia para importá-la.
Tais objetivos foram anunciados ontem, durante a cerimônia de posse da nova diretoria da companhia, que contou com a presença do governador Beto Richa. Dentro desse panorama de ações, o novo presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, reconheceu que a política de descontos no pagamento à vista das tarifas de energia, realizado em boa parte do governo anterior, não deverá se repetir.
“É melhor receber um descontinho na tarifa ou ter garantia de pleno fornecimento?”, questionou Zimmer, acrescentando que uma das metas será converter 15% da receita líquida da Copel em investimentos.
Vale destacar que tanto Zimmer quanto o governador assumiram o compromisso de investir em programas com tarifas diferenciadas para setores estratégicos como a agricultura.
“Meu pai foi o responsável pelo maior programa de eletrificação rural feito até então no País, o Click Rural, e na minha gestão a Copel vai priorizar programas dessa envergadura”, assegurou o governador.
Richa também foi enfático na questão da expansão da rede de fibra ótica para o Estado. “Hoje, por meio da fibra ótica é possível se comunicar com o mundo, e a ampliação da rede ajudará a levar banda larga e promover a Educação em todos os municípios”, avaliou.
Ainda sobre os avanços no cabeamento ótico, o presidente da Copel afirmou estar em estágio avançado a viabilização de internet por rede elétrica e garantiu que os preços serão competitivos.
“A concorrência é determinante nesse mercado”. Segundo ele, é por conta das ações em telecomunicação que a Sercomtel de Londrina deverá ser reinserida em um contexto que garanta lucratividade ao sistema.
Também será mantida pela nova gestão da Copel o processo de automatização do sistema de distribuição de energia elétrica, com foco na aplicação de tecnologias Smart Grid (redes elétricas inteligentes).
PCHs
Segundo Beto Richa, a Copel cumprirá um papel de agente de desenvolvimento do Estado. Nesse sentido, a empresa já estuda meios de articular com os demais órgãos, formas de propiciar maior agilidade na execução dos projetos de Pequenas Centrais Elétricas (PCHs) e de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH).
“Queremos atrair novas indústrias, inclusive, as eletrointensivas e, para isso, vamos apoiar a construção de mais de 1,4 mil PCHs. Já estamos negociando com o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) maneiras de cumprir a legislação e, ao mesmo tempo, garantir maior agilidade ao licenciamento”, adiantou Zimmer.
O diretor de engenharia da Copel, Jorge Andriguetto Júnior, acrescentou que a companhia deve relançar, nesta semana, uma chamada pública para parceiros da iniciativa privada interessados em outorgas de construção das PCHs.
“A ideia é erguer essas usinas em municípios com IDH baixo para levar desenvolvimento a essas regiões, ao mesmo tempo em que ampliaremos nossa capacidade”, apontou Andriguetto.