Foto: Theo Marques/SECS

Descerramento da placa inaugural do complexo energético: geração de 245,9 megawatts.

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O governador Roberto Requião e o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, participaram, ontem, da inauguração da Usina Fundão, que se integra ao complexo energético do Rio Jordão (centro-sul do Estado), o maior empreendimento de geração de energia em construção no Paraná. O complexo vai operar com potência instalada total de 245,9 megawatts, energia suficiente para atender 600 mil pessoas, mais que a população de Londrina, estimada em 490 mil habitantes.

As usinas do Rio Jordão são os últimos aproveitamentos construídos pela Copel, cuja energia servirá, diretamente, para o atendimento da população paranaense. O presidente da estatal, Rubens Ghilardi, explicou que o novo modelo do setor elétrico impõe a venda de toda a energia produzida em novas usinas a um único agente, que será responsável também pela revenda da energia às empresas distribuidoras. ?Com esse modelo não há garantia alguma de que a eletricidade produzida no Paraná venha a ser destinada ao bem-estar e crescimento do Estado?, afirmou.

Antecipação

A Usina Fundão entra em operação com mais de um mês de antecedência em relação ao prazo estabelecidos pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. Localizada na região Centro-Sul do Estado, entre os municípios de Pinhão e Foz do Jordão, a Fundão vai gerar 120 megawatts de potência, complementando o aproveitamento do complexo energético do Rio Jordão do qual faz parte, também, a Usina Santa Clara (entre Candói e Pinhão), também com potência de 120 megawatts, inaugurada em 30 de setembro do ano passado.

O primeiro grupo gerador de Fundão, de 60 megawatts, entrou em operação comercial em 22 de junho. O segundo grupo gerador está em fase final de montagem e tem previsão de operar a partir do mês de agosto, dois meses antes da data determinada pela Aneel.

Funcionamento

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A concessão do conjunto pertence à Elejor – Centrais Elétricas do Rio Jordão , empresa subsidiária da Copel que nela tem 70% de participação, em associação com capitais privados. A Elejor passou ao controle da Copel em outubro de 2004. Os investimentos na construção do complexo ultrapassam a R$ 500 milhões. Toda a eletricidade gerada na usina Fundão é entregue à Copel Distribuição, subsidiária integral da Copel, responsável pelo atendimento direto a quase 3,3 milhões de ligações no Paraná.

O presidente da Elejor, Sérgio Luiz Lamy, disse que a Usina Fundão foi concebida aproveitando a queda natural do Rio Jordão. ?É uma das maiores obras de engenharia do País na área de escavação subterrânea, resultando em uma queda de 90 metros?, relatou Lamy.

Meio ambiente

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O projeto de construção das Centrais Elétricas do Rio Jordão incluem a implantação e execução de 33 programas sócio-ambientais recomendados pelo Relatório de Impactos Ambientais do empreendimento 17 para a Usina Santa Clara e 16 para a Usina Fundão.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vem fiscalizando os programas que já resultaram em 90 quilômetros de recomposição de mata ciliar em uma faixa de cem metros ao redor do reservatório e em projetos de monitoramento da qualidade da água, monitoramento do clima, salvamento do patrimônio arqueológico, reassentamento de famílias, constituição da mata ciliar, reserva legal, limpeza do reservatório (desmate) e monitoramento da encosta, entre outros. (AEN)

Construção equivale a prédio de 14 andares

 A barragem da hidrelétrica está situada na divisa dos municípios de Pinhão e Foz do Jordão (margem onde estão instaladas a casa de força principal e a PCH incorporada à barragem). A tecnologia construtiva empregada é o concreto compactado com rolo. Um concreto que dispensa armações e ferragens internas e demanda menor quantidade de cimento.

O maciço tem comprimento de 446 metros na crista, altura máxima de 42,5 metros o equivalente a um edifício de 14 andares e volume de 160 mil metros cúbicos. As vazões excessivas são escoadas por cima da barragem, no sistema de soleira vertente, por uma estrutura com 250 metros de extensão e capacidade máxima de descarga de 7.227 metros cúbicos por segundo de água, quase cinco vezes a vazão normal das Cataratas do Iguaçu.

O reservatório, formado em maio de 2006, tem apenas 2 quilômetros quadrados de superfície e tem a função de regularizar as vazões a serem turbinadas na casa de força. A casa de força da Usina Fundão, do tipo abrigada, está equipada com duas unidades geradoras de 60 megawatts de potência nominal e turbinas do tipo Francis.

Da barragem até a câmara de carga, a água percorre um túnel de baixa pressão com 3.660 metros de comprimento e 9,4 metros de altura, com inclinação de 0,2%. Da câmara de carga partem dois condutos forçados revestidos de concreto e aço, com 270 metros de comprimento e 4 metros de diâmetro cada.

A Usina Fundão foi autorizada pela Aneel a operar comercialmente sua primeira unidade geradora de 60 megawatts a partir de 22 de junho. A segunda unidade, em fase final de montagem, deve entrar em operação comercial em agosto próximo. Toda a eletricidade gerada na usina é entregue à Copel Distribuição, subsidiária integral da Copel, responsável pelo atendimento direto a quase 3,3 milhões de ligações no Paraná. A energia gerada na PCH será comercializada no mercado livre.