“Os valores apurados pela Copel no seu balanço de 2001 estão absolutamente corretos do ponto de vista contábil, estão de acordo com as regras de comercialização de energia fixadas pelos organismos responsáveis, e são legítimos sob o enfoque legal”.
A declaração é do diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, Ricardo Portugal Alves. “A empresa está convicta da correção e da absoluta legalidade dos números divulgados ao mercado e vai sustentar sua certeza onde for necessário”.
Em entrevista coletiva segunda-feira em Curitiba, o ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, afirmou que os números do balanço da empresa estão corretos e que não vê motivos para que a Aneel venha a determinar qualquer mudança. “A Copel agiu pioneiramente”, lembrou Gomide. “Foi à luta, conquistou clientes em outros estados e seguiu as regras do jogo”.
A discussão em torno dos números do balanço da Copel começou com a divulgação pela Aneel do seu Despacho 288, de maio de 2002, alterando profundamente e com efeito retroativo algumas regras de contabilização energética.
Compras no MAE
O diretor Ricardo Portugal esclareceu, também, alguns questionamentos públicos feitos recentemente sobre operações de compra de energia feitas pela Copel no ano que passou junto ao Mercado Atacadista de Energia, o MAE, durante o período de racionamento. O ponto em questão é o lançamento de uma despesa operacional de R$ 161,2 milhões proveniente da compra de eletricidade no MAE, mercado de curto prazo onde os preços são flutuantes refletindo situações de momento.
A Copel firmou em novembro de 1999 seus primeiros contratos para atendimento aos chamados consumidores livres aqueles que, independentemente de onde estejam, podem escolher de quem comprar energia elétrica. No caso, foram clientes localizados no Estado de São Paulo. “Declaramos à Aneel que a eletricidade para cobrir esses contratos seria retirada da nossa cota da produção de Itaipu, cuja geração nas transações entre os submercados no sistema elétrico está alocada na Região Sudeste”, explicou Ricardo Portugal.
Com a decretação do racionamento, a cota de Itaipu destinada à Copel ficou 20% menor, e a empresa viu-se obrigada a complementar os volumes contratados por seus consumidores livres no mercado de curto prazo, onde os preços estavam logicamente bastante altos.