As fontes alternativas de energia foram discutidas ontem, em uma conferência técnica promovida pela Companhia Paranaense de Energia – Copel. O evento foi aberto pelo presidente da empresa, Paulo Pimentel, que lembrou a importância da empresa em se abrir para esse tipo de discussão, e contou com a participação do chefe do Departamento de Energias Renováveis da Agência do Meio Ambiente e da Conservação de Energia do Governo da França, Phillippe Beutin.
O presidente da empresa lembrou os recentes problemas relacionados à energia, com os apagões e racionamento, para destacar a importância de se discutir energias alternativas. O Paraná não precisou “desligar-se da tomada”, mas debates deste porte farão com que o Estado esteja sempre na dianteira para evitar problemas nesse sentido.
De acordo com o responsável pela área de Energias Alternativas da Copel, Dario Jackson Schultz, o evento serviu para uma troca de experiências entre os dois países, que possuem diferentes formas de produção de energia. Hoje, no Brasil, 80% da energia produzida é de hidroelétricas, ao contrário da França, onde esse índice chega a apenas 15%. Schultz destacou que o Paraná possui alguns estudos em áreas alternativas de energia, que trouxeram muitos avanços para comunidades do Estado.
Um deles é a fotovoltaica, obtida através da energia solar. A tecnologia foi implantada em 14 comunidades das ilhas do litoral norte do Paraná, no ano de 1998. Como se trata de uma área de proteção ambiental, a alternativa foi usada para substituir a utilização das tradicionais redes de energia, e teve um grande alcance social, já que as famílias estavam excluídas do sistema elétrico.
Outro projeto é da produção de energia eólica, que funciona desde 1999 em Palmas, na região Sul do Estado. Na Usina Eólica são produzidos 2,5 megawatts de energia, porém ela tem capacidade para produzir até 9,6 megawatts, que seria suficiente para abastecer 60% do município. Esse tipo de energia já está bastante difundido em diversos países, como a Alemanha, que possui um parque industrial com produção que atinge doze gigawatts.
Um projeto mais recente é a célula combustível, que proporciona a produção de energia e calor. Dario Schultz destaca que o Ministério de Minas e Energia aprovou no ano passado um programa de incentivo às fontes alternativas, que deverão impulsionar esse tipo de produção no Brasil. “Com isso regulamentado, novas iniciativas deverão surgir no País e com certeza, teremos ganhos, não só na produção, como no aproveitamento de matérias-primas”, disse. (Rosângela Oliveira)