Cooperativa para reunir ovinocultores

Um grupo de produtores de ovinos de Londrina e região se uniu para driblar as dificuldades do setor e formaram a Coopercapanna. Com a cooperativa, eles pretendem melhorar as condições de produção da carne de ovinos na região. A primeira diretoria da Coopercapanna tomou posse na 46.ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, durante o 1.º Seminário de Ovinocultura de Londrina, anteontem. O presidente é o veterinário Ricardo de Luca.

A escolha do local da posse não foi à toa. Das discussões do grupo de produtores durante a exposição do ano passado nasceu o projeto Londrina de carnes ovinas. O projeto evoluiu para o seminário e para a criação da cooperativa.

Os trabalhos da Coopercapanna começam com 31 produtores. Na região de Londrina, segundo dados da Emater, são 120 produtores e 8 mil cabeças de ovinos. Luca afirma que a cooperativa está aberta, inclusive para ovinocultores de outras regiões do Estado, desde que a distância não inviabilize a associação.

Produtor de ovinos há 9 anos, Luca sentia na pele a necessidade da união entre os ovinocultores. ?A situação estava no limite. Um produtor concorrendo com outro. A cooperativa vai dar mais força para o setor?, afirma.

Um dos principais objetivos da cooperativa é organizar os produtores da região e regularizar a comercialização das carnes de ovinos. Para isso, o abate já está sendo terceirizado e a cooperativa vai atuar no fomento do consumo de carne inspecionada, buscando agregar valor ao produto através do rigor na sanidade e oferta de cortes especiais, além da carcaça inteira.

Consumo triplicou

A Coopercapanna surge num momento de ascensão do setor com o consumo de cordeiros passando de 700 gramas por pessoa, por ano, em 2003, para 2,4 quilos em 2005. O veterinário da Cooperativa Castrolanda, Tarcísio Bartemeyer, reforça a tese: ?A ovinocultura está no auge. Mas o produtor precisa estar preparado para produzir com qualidade e baixo custo?. Bartemeyer, que apresentou a experiência da região de Castro no 1.º Seminário de Ovinocultura, reforça que trabalhar em grupo é o primeiro passo para alcançar a eficiência.

A Cooperativa Castrolanda foi fundada em 2004 com 13 cooperados. Hoje são 25 associados e 2.600 matrizes. O abate da Castrolanda é de 30 cordeiros por semana. A meta é dobrar o abate, subindo para 60 cordeiros por semana, já em 2007. Paralelo ao crescimento, Bartemeyer reforça a necessidade da padronização da carcaça para atender exigências do mercado. ?Para isso é preciso organizar os produtores para que eles participem do lucro final?, conclui.

Durante o seminário, a engenheira agrônoma da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Alda Gomes Monteiro, falou sobre o sistema de terminação de cordeiros em pastagem. Dados apresentados por  Alda Monteiro, revelam que a região Sul concentra 30% do rebanho nacional, 3,64% deles no Paraná. O Nordeste tem 48% do rebanho nacional, porém o rebanho é de ovelha deslanada que tem menor qualidade da carne. No Brasil, de acordo com os dados de Alda Monteiro, eram 14,6 milhões de cabeças em 2002. ?Antes a produção da carne de ovinos no Brasil era atividade de subsistência. Hoje já fornece material genético?, compara.

O sistema intensivo de produção foi apresentado pelo veterinário Izaltino Cordeiro dos Santos, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Os participantes, a maioria produtores, ainda conheceu os avanços nutricionais para o setor, com o veterinário Alexandre Bombardelli de Melo.

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