As negociações para a venda da Alpargatas, que pertence ao grupo Camargo Corrêa, avançaram, apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes próximas à operação. As gestoras Tarpon e Península, esta última, do empresário Abilio Diniz, podem se unir para comprar o controle da companhia, de acordo com fontes. Os fundos Pátria e Blackstone, que são parceiros no Brasil, e o inglês Apax Partners também estão entre os interessados no negócio.

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A Camargo Correa começou conversas com vários fundos de investimento nos últimos meses. No início de novembro, cerca de dez deles apresentaram ofertas não vinculantes para a compra do controle da Alpargatas, dona da marca Havaianas. Ou seja: demonstraram interesse, mas não se comprometeram a fazer a aquisição.

Os fundos americanos de participação em empresas Carlyle, Advent, KKR e H.I.G. estão entre os que olharam o negócio, mas não foram à frente.

Os bancos Bradesco e Goldman Sachs foram contratados para conduzir a operação e avaliar propostas. Nas próximas semanas, as ofertas firmes serão avaliadas. Fontes dizem que pelo menos três propostas devem ser apresentadas – Tarpon/ Península, Pátria/Blackstone e Apax são considerados os favoritos.

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Não é a primeira vez que a companhia é colocada à venda. Mas, de acordo com uma pessoa próxima ao grupo, as negociações nunca haviam avançado tanto. Pesa desta vez o fato de a Camargo Corrêa, que começou como construtora em 1939, estar fortemente endividada. Uma das 23 empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, a Camargo fechou acordo de leniência e pagará R$ 804 milhões aos cofres públicos.

Na Alpargatas, a Camargo Corrêa é a sócia majoritária, com 44,12%. O investidor Silvio Tini de Araújo e sua holding Bonsucex têm, juntos, cerca de 20%, e o restante é negociado no mercado. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a Bonsucex não pretende se desfazer de suas ações.

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“As negociações tiveram um início atabalhoado. Ficaram mais claras quando os bancos assumiram a condução das conversas”, disse uma das fontes interessadas no ativo. O que pesa contra a venda, dizem fontes, é o alto preço cobrado pelo ativo. A companhia quer negociar por um múltiplo de 10 vezes o Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), além de um prêmio de até 50% (por ação). Se considerado o Ebtida de 2014, o múltiplo chegaria a R$ 4,7 bilhões. A companhia é avaliada em R$ 4,5 bilhões, segundo a Economática.

Além da Alpargatas, o grupo está à procura de investidores para seu negócio de cimento, a InterCement. A empresa também é dona do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que passa por reestruturação, e tem fatias na concessionária CCR e na empresa de energia CPFL.

Procurados, Alpargatas, Tarpon, Península, Apax e Advent não comentaram. KKR, H.I.G. e Pátria não retornaram os contatos. A Camargo Corrêa, na sexta-feira, 20, disse “não ser possível responder no prazo solicitado”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.