Prestes completar dois anos, a briga societária entre os sócios controladores da Usiminas – Techint/Ternium e Nippon Steel – se mostra longe de um desfecho. Logo após a siderúrgica ter conseguido alongar sua dívida, ponto crucial para a reestruturação da empresa, a Nippon evidenciou a falta de acordo com sua sócia ítalo-argentina e voltou a bater na sua falta de concordância sobre a eleição de Sérgio Leite para a presidência da Usiminas, no lugar de Rômel de Souza, nome de confiança da empresa japonesa.

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Souza substituiu Julian Eguren em setembro de 2014, quando o até então presidente da Usiminas foi afastado com outros dois diretores, todos indicados pela Ternium. Desde então, os dois conglomerados siderúrgicos travam brigas, inclusive na esfera judicial.

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A posse de Leite, que está há 40 anos na Usiminas e que antes ocupava o cargo de vice-presidente comercial, vem sendo questionada pela Nippon na esfera judicial, em um processo que tramita em segredo de Justiça e que teve pedido de intervenção realizado pela japonesa.

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Na semana passada, a Nippon Steel jogou um balde de água fria naqueles que achavam que a Usiminas vivia dias mais tranquilos, com uma carta publicada na imprensa.

O texto, que acabou não sendo bem recebido pelo mercado, tratava dos feitos de Souza e ainda de Paulo Penido, ex-conselheiro da Usiminas indicado pela Nippon, que faleceu no mês passado. “Sem a dedicação e o empenho demonstrados pelos srs. Rômel e Penido, a Usiminas não teria concluído o refinanciamento das dívidas, crucial para superar a crise histórica que enfrenta”, diz a carta, citando um provérbio sobre gratidão.

Uma fonte próxima à Nippon Steel disse que a intenção dessa publicação foi exaltar a importância de Penido para a trajetória da Usiminas.

Em meio ao mal-estar provocado pela carta, o conselheiro da Usiminas Luiz Carlos Miranda, representante dos empregados no colegiado, criticou, em artigo publicado na imprensa em Minas Gerais, o texto da Nippon, em que frisou ainda que a reestruturação da dívida foi trabalho de toda a companhia.

“O que mais queremos nesse momento é a pacificação da empresa, para que ela tenha plenas condições de se dedicar apenas à geração de resultados positivos. (….) É inadmissível que, além do terrível momento pelo qual passa a indústria do aço no mundo e a degradada situação econômica e política no Brasil, a Usiminas tenha ainda que se desvencilhar de conflito sem precedentes entre os acionistas”, diz o conselheiro. “A conclusão do complexo processo de renegociação da dívida, conduzido ao longo de seis meses, representa um marco para a revitalização da empresa, que agora está completamente focada na melhoria dos resultados”, destaca a Usiminas em nota.

Divisão

Depois de um longo período de briga e sem acordo à vista, a única saída vislumbrada seria a separação da Usiminas, com Nippon Steel ficando com a usina de Ipatinga (MG) e Ternium com a unidade de Cubatão, na Baixada Santista, que está com a atividade primária paralisada desde o início do ano. Mas nada foi feito para viabilizar esse divórcio até aqui e o assunto está parado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.