A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) considera “um grande equívoco” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros em mais 0,5 ponto porcentual, tomada no mesmo dia do anúncio do crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, e “condena com veemência o verdadeiro terrorismo que o mercado financeiro vem exercendo sobre o Banco Central para que encampe seus interesses”.

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“A elevação da Selic pela segunda vez consecutiva no ano é um desastre do ponto de vista econômico e social. Não existe a ameaça de descontrole inflacionário e vai frear ainda mais o ritmo do crescimento econômico, a expansão do crédito, o fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos”, critica, em nota, Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “O Copom mais uma vez cedeu à chantagem dos rentistas e especuladores do mercado financeiro, os únicos que ganham com essa decisão.”

Força Sindical

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A Força Sindical avalia que o aumento da taxa do juro é uma escolha ruim para o emprego. Segundo o presidente do sindicato, Paulo Pereira da Silva, “a decisão acende o sinal de alerta para os trabalhadores porque, embora os índices mostrem bom nível de emprego, elevar a taxa Selic contribuirá para a redução de investimentos no setor produtivo”. Na avaliação dele, com juros mais altos para os investidores financeiros, sobra menos capital para o investimento produtivo e também para programas sociais. “Aumentar os juros não é uma boa estratégia para reduzir a inflação. Para isso é preciso investir na produção”, diz.