A conta corrente do balanço de pagamentos do Brasil apresentou, em agosto, superávit de US$ 316 milhões, ante déficit de US$ 1,149 bilhão no mesmo mês do ano passado e saldo negativo de US$ 550 milhões em julho, conforme dados divulgados hoje pelo Departamento Econômico do Banco Central. O resultado foi o melhor registrado pelo BC desde agosto de 1994. O saldo das transações correntes é considerado a medida mais ampla das transações externas do País. Registra a diferença entre ingressos e saídas de recursos referentes ao comércio de bens e serviços, turismo, remessas e ingressos de lucros e dividendos, investimentos, pagamento de juros de dívidas, etc. A excessiva vulnerabilidade do País no setor externo, com a dependência de investimentos estrangeiros para financiar o déficit em conta corrente, é freqüentemente apontada por analistas como uma das principais deficiências da economia brasileira. A conta corrente apresentou em 12 meses até agosto déficit acumulado de US$ 15,195 bilhões, equivalente a 3,08% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor foi integralmente financiado pelos US$ 20,092 bilhões de investimentos diretos acumulados em 12 meses, no mesmo período. Em julho, a conta corrente registrou déficit acumulado em 12 meses de US$ 16,660 bilhões (ou 3,37% do PIB). Em agosto do ano passado, o mesmo déficit em 12 meses foi de US$ 27,037 bilhões (ou 5,05% do PIB).
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