O saldo das transações correntes do balanço de pagamentos teve superávit de US$ 570 milhões em dezembro, acumulando um saldo positivo de US$ 14,199 bilhões em 2005. De acordo com o Banco Central, este é o melhor resultado da série histórica, equivalente a 1,79% do PIB. Em 2004, o superávit dessa conta foi de US$ 11,738 bilhões. Foi o terceiro ano seguido em que o Brasil ficou com saldo positivo nessa conta. A conta corrente é importante porque reflete as principais transações do país com o exterior na área comercial e na contratação de serviços e transferências de renda.
A conta de serviços no mês passado ficou negativa em US$ 878 milhões. Em dezembro de 2004, o déficit havia sido de US$ 641 milhões. Os investimentos estrangeiros diretos líquidos somaram US$ 1,4 bilhão no mês passado, fechando o ano em US$ 15,2 bilhões, volume 16,4% inferior ao de 2004.
O resultado das contas externas tem sido destacado por membros do governo Lula como uma das principais conquistas da política econômica.
Em 2002, o Brasil viveu uma crise de confiança externa durante o processo eleitoral. Para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC, hoje o cenário é outro, já que os indicadores de sustentabilidade das contas externas são muito melhores.
O superávit também abteu o recorde da balança comercial no ano passado, de US$ 44,757 bilhões, foi o item que mais colaborou para o saldo das transações correntes. Já a conta de serviços e renda teve um saldo negativo de US$ 34,115 bilhões e as despesas unilaterais, um superávit de US$ 3,558 bilhões.
Para Altamir, as condições de volatilidade hoje estão melhores. ?Você tem hoje um balanço de pagamentos completamente consolidado.?
O balanço de pagamentos, que reflete as movimentações de recursos feitas com o exterior, encerrou o ano com um saldo positivo de US$ 4,319 bilhões, contra US$ 2,244 bilhões em 2004.
O balanço inclui o resultado das transações correntes mais a conta capital e financeira (que representam as operações financeiras do país com o exterior) e o ingresso de investimentos estrangeiros.
Já os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 15,193 bilhões. O desempenho foi menor do que o registrado em 2004, quando os investimentos no Brasil totalizaram US$ 18,166 bilhões.
Esse tipo de investimento é importante porque amplia a capacidade das empresas de ofertarem bens e serviços. Com maior capacidade de produção, cai o risco de a inflação sair do controle.
Dívida
A dívida externa do país projetada para outubro estava em US$ 181,402 bilhões, uma queda de quase US$ 20 bilhões na comparação com a posição de dezembro de 2004 (US$ 201,374 bilhões). Sobre setembro, a queda foi de US$ 1,7 bilhão.
As reservas fecharam dezembro em US$ 53,799 bilhões, ou seja, um aumento de US$ 864 milhões em relação ao fechamento de 2004. Isso correu mesmo com o pagamento antecipado ao FMI (Fundo Monetário Internacional) feito em dezembro, de US$ 15,451 bilhões. Além desse pagamento, o BC já tinha pago US$ 7,6 bilhões no decorrer do ano.
Arrecadação da Receita cresce 5,65% em 2005
O contribuinte brasileiro pagou R$ 364,136 bilhões em impostos e tributos em 2005 e a Receita Federal bateu recorde de arrecadação anual. Em valores reais, já descontada a inflação, a arrecadação foi de R$ 372,488 bilhões, um crescimento de 5,65% sobre 2004. Além disso, a arrecadação da Receita Previdenciária chegou a R$ 115,897 bilhões, um crescimento real de 7,23%.
O Imposto de Renda e a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) foram os dois tributos que mais contribuíram para o total arrecadado, R$ 124,618 bilhões e R$ 86,902 bilhões, respectivamente.
Já o maior crescimento foi registrado na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), 20,6%.
Destaque também para as arrecadações do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). No caso de automóveis, o crescimento foi de 18%, reflexo do aumento do volume das vendas de veículos.
Já o IPI cobrado sobre os demais produtos (excluindo bebidas) cresceu 13,57% em 2005. Segundo a Receita, esse desempenho é fruto do crescimento da indústria.
Dezembro
A arrecadação da Receita em dezembro foi de R$ 36,994 bilhões, um crescimento de 23,55% sobre novembro e de 7,30% sobre o mesmo mês de 2004.
Já a Receita Previdenciária arrecadou R$ 15,966 bilhões em dezembro, um aumento de 12,95% sobre o mesmo mês de 2004.