O contágio da crise da dívida na zona do euro continua a ser o principal risco para a estabilidade financeira no bloco, alertou hoje o Banco Central Europeu (BCE), reiterando sua oposição à reestruturação da dívida grega. “Apesar da melhora global e das condições econômicas e financeiras da zona do euro, a perspectiva geral para a estabilidade financeira continuou muito desafiadora na região”, afirmou o BCE em sua Revisão de Estabilidade Financeira semianual.

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O risco de “contágio adverso” da crise da dívida soberana do bloco e sua ação combinada com o setor financeiro continuam “a ser provavelmente a preocupação mais premente”, disse a autoridade monetária.

Os esforços europeus para conter a crise da dívida “não têm sido suficientes para vencer todas as dificuldades” e a administração da crise europeia tem sido “repleta de algumas deficiências prejudiciais”, ressaltou o BCE.

Os riscos de financiamento continuam sendo “o calcanhar de Aquiles para muitos bancos da zona do euro”, particularmente aqueles de países com problemas fiscais, apontou o documento do BCE.

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Embora o banco central tenha dito que a implementação de reformas fiscais na Grécia se tornou mais desafiadora desde dezembro, ele advertiu que a reestruturação da dívida poderá ter “implicações potencialmente muito perigosas”. Os países deveriam centrar foco nisso ao invés de concentrarem-se na promoção das reformas estruturais, destacou a instituição.

O BCE alertou repetidamente contra qualquer envolvimento involuntário de credores privados num segundo pacote de socorro para a Grécia, colocando-se em oposição à Alemanha, que sugeriu uma troca de bônus por outros títulos de vencimentos mais longos.

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Mario Draghi, um dos membros do conselho de governadores do BCE, afirmou ontem que um segundo pacote de socorro para a Grécia precisa excluir “todos os conceitos que não sejam puramente voluntários ou que tenham qualquer elemento de coerção”.

Mesmo assim, o BCE afirmou em seu relatório que vê “sinais encorajadores” de que a crise da dívida pode ser contida. “O potencial para o contágio está limitado pelo conjunto particularmente grave de vulnerabilidades idiossincráticas específicas de cada um dos países que solicitaram a assistência da UE (União Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional).”

O BCE destacou “a ampla melhora” no setor bancário desde dezembro e a “contínua normalização” nos mercados interbancários.

O banco também elogiou as suas não usuais medidas de política monetária, dizendo que a política de compras de títulos e total distribuição têm se “provado essencial não apenas para manter a estabilidade dos preços, mas também para promover a estabilidade financeira”. As informações são da Dow Jones.