Consumo nacional de energia caiu 2,7% no 1º semestre

O consumo de energia elétrica no País caiu 2,9% em junho ante o mesmo mês no ano passado, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicados em sua Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica. De acordo com a pesquisa, no acumulado do primeiro semestre do ano, a queda do consumo foi de 2,7% em relação ao mesmo período em 2008. Já no acumulado de 12 meses até junho, ainda há um crescimento no consumo, de 0,7%.

De acordo com a EPE, em junho de 2009, o consumo nacional de energia elétrica na rede somou 31.147 gigawatts-hora (GWh). “A indústria é o segmento responsável pela retração do consumo no País, refletindo o desempenho da atividade no setor secundário, afetado pela crise financeira internacional”, informa o boletim. Segundo a EPE, o consumo industrial recuou em junho 10,5% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre deste ano, há uma queda acumulada de 11,4%. Em 12 meses, a queda do consumo industrial é de 4,7%.

Desde outubro de 2008, a trajetória do consumo industrial (44% do total) foi declinante até janeiro deste ano. Desde então, passou a registrar valores consecutivamente maiores, movimento que foi interrompido somente em maio. Em junho, o consumo nacional industrial voltou a se elevar, registrando o maior valor do ano. “Os setores industriais mais afetados pela crise respondem por grande parte da retração do consumo de energia elétrica no setor secundário, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste”, diz o boletim da EPE.

Ainda segundo a instituição, foi intensamente afetado o consumo na cadeia da metalurgia básica, desde a extração do minério de ferro até a produção do gusa e de ferro-ligas e, ainda, a siderurgia. Nesse contexto, é no Sudeste onde se verifica a retração mais profunda do consumo industrial de energia, principalmente em Minas Gerais e no Espírito Santo, onde há importantes consumidores nos setores metalúrgico e siderúrgico.

Residencial e comércio

A EPE também informou que o consumo nas residências e no setor de comércio e serviços apresenta alta no primeiro semestre de 5,5% e 6%, respectivamente. Em junho ante o mesmo mês do ano passado, os segmentos residencial e comercial cresceram respectivamente 3,6% e 5,8%. Em 12 meses, há um crescimento acumulado de 6% e de 6,6%.

“Como vem ocorrendo nos últimos anos, o segmento comercial manteve a liderança na evolução do consumo de energia”, diz o boletim, destacando que o desempenho da categoria é disseminado em todas as regiões, em alguns casos justificado pelo setor hoteleiro (turismo de negócios e de lazer), ou pelo comércio varejista, e ainda, relacionado à sua modernização.