Os dados preliminares de consumo de energia divulgados nesta sexta-feira, 16, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam queda de 7,1% nos primeiros dias de janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O consumo de 58.871 MW médios entre 1º e 13 de janeiro foi pressionado negativamente pelo desempenho da indústria, onde o consumo dos segmentos de veículos e têxteis, por exemplo, teve retração superior a 30%. O consumo no Ambiente de Contratação Livre (ACL) encolheu 17,5% no período e totalizou 13.299 MW médios.
A queda da demanda foi acompanhada por um ajuste na geração, esta com retração de 4,3% em igual base comparativa, a um total de 63.071 MW médios. Os dados constam da última edição do boletim InfoMercado Semanal publicado pela CCEE.
“Apesar do aumento das precipitações em algumas regiões até a terceira semana de janeiro, as usinas hidráulicas geraram 45.426 MW médios, ou 8,5% menos em relação ao mesmo mês de 2014”, explica a CCEE.
A queda da geração hidráulica foi compensada pela geração das térmicas a biomassa (783,5 MW médios) e a gás (7.502 MW médios), as quais tiveram alta de 107% e 46,5%, respectivamente. A geração térmica representou, no período, 43,7% do total de geração térmica no Sistema Interligado Nacional (SIN). A geração eólica também teve desempenho expressivo, com alta de 120,9% e 1.887 MW médios gerados.
MRE
O documento divulgado nesta sexta também apresenta a estimativa da CCEE para o fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), um modelo que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos entre diferentes usinas. A nova estimativa para janeiro sugere um déficit de geração hídrico de 23,1%. O número permanece elevado, mas é inferior aos mais de 30% estimados no início deste mês.
A diferença entre a geração hidráulica das usinas que compõem o MRE e a garantia física dos mesmos empreendimentos deve ficar em 13.583 MW médios em janeiro, estima a CCEE. Caso a previsão se confirme, o impacto para as empresas integrantes do MRE seria de R$ 3,9 bilhões.
“Cabe ressaltar que tal impacto depende das posições comerciais de cada agente, podendo implicar pagamento adicional para os agentes expostos negativamente ou menor receita para os expostos positivamente”, pondera a CCEE.