O consumo de energia na indústria voltou a ficar negativo em junho deste ano, o que não acontecia desde maio do ano passado. Segundo a Resenha Mensal publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a indústria consumiu 3,2% a menos de energia elétrica do que no mesmo mês do ano anterior, puxada principalmente pela greve dos caminhoneiros e pela retração da produção de uma metalúrgica na região Norte do País. A Resenha Mensal possui uma parte medida em maio e uma parte medida em junho, ressaltou a EPE.

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“De fato, a greve dos caminhoneiros das duas últimas semanas de maio impactou o consumo de energia elétrica das indústrias em maio e em junho. A descontinuidade do transporte rodoviário de cargas ajudou a aumentar os estoques de produtos finais e A reduzir os estoques de insumos e matérias-primas afetando os custos e a produção industrial”, explicou a EPE na Resenha Mensal.

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Na região Norte, onde estão instaladas indústrias eletrointensivas, a queda de consumo industrial foi de 20,2%, informou a EPE sem citar o nome das indústrias que reduziram atividade.

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“Este quadro foi puxado pela região Norte, onde uma planta da metalurgia dos metais não-ferrosos no Pará recuou o seu consumo a partir de abril para se adequar à retração na fabricação da sua matéria-prima que provém de outra planta do próprio Estado. Na região Nordeste, houve parada para manutenção de planta química alagoana de soda-cloro no 1º trimestre, o que impactou o consumo do período”, disse em nota.

Por outro lado, tiveram desempenho positivo no mês de junho as indústrias de extração de minerais metálicos (+4,5%), papel e celulose (+3,4%) e químico (+2,8%). A classe residencial teve alta de 1,5% no consumo de energia de junho e a comercial subiu 0,4%.

De maneira geral, o consumo de energia elétrica no Brasil caiu 0,4% no mês passado, para 37.791 gigawatts-hora, com destaque para a região Norte, em queda de 8,9% puxada pela indústria. A região Nordeste teve queda de 0,1% e as regiões Sudeste/Centro Oeste e Sul registraram alta de 0,5% cada.

O mercado cativo das distribuidoras apresentou queda de 2,4% e de 2,7% nos últimos 12 meses. Já os consumidores livres registraram aumento de 4,1% em junho, na comparação com um ano antes, e de 12,1% em 12 meses.