O consumo de energia elétrica atingiu 30.687 gigawatts/hora (Gwh) em novembro no País, uma alta de 6,7% sobre o mesmo mês de 2006, conforme dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com o levantamento, a variação acumulada em 12 meses foi ampliada para 5,3%. Segundo a EPE, o maior aumento foi no segmento comercial, que compreende todo o setor de serviços, com crescimento de 7,8% no mês (sobre novembro de 2006) e de 6,8% no acumulado desde janeiro (sobre igual período do ano anterior).
"Os resultados apurados em novembro consolidam a tendência de recuperação do crescimento do consumo de energia elétrica observada neste ano. Esse comportamento reflete o bom desempenho geral da economia brasileira", diz a nota do órgão do governo federal. "O aumento da renda e do emprego, a queda nas taxas de juros, inclusive para o crédito pessoal, a expansão dos prazos nos financiamentos, entre outros fatores, têm gerado um efeito em cadeia na economia, que se reflete no consumo de eletricidade", complementa documento.
Conforme a EPE, além do crescimento da atividade varejista, estimulada nesta época do ano pela proximidade do Natal, os fatores preponderantes que sustentaram o crescimento do consumo de energia elétrica no setor comercial foram a maior movimentação nos aeroportos (até novembro, de acordo com a Infraero, crescimento de 7,7% no número de passageiros e de 8% no volume de carga aérea e de mala postal); maior ocupação de hotéis, em que se destaca o turismo corporativo e de negócios (nos primeiros sete meses do ano, o índice de utilização em São Paulo cresceu 4% sobre 2006, com a taxa de ocupação sempre superior a 65% desde março, conforme dados da estatal SPTuris); e maior movimento nos portos, como reflexo do aumento de 10,8% no "quantum" da corrente de comércio, de acordo com o Banco Central.
Indústrias
Já o consumo industrial de energia elétrica no País acumulou, até novembro de 2007, taxa de crescimento de 4,9%, como reflexo da expansão do consumo doméstico motivada pela melhoria da renda e do emprego. Segundo a EPE, é a mais alta taxa desde 2004, quando a produção industrial e o PIB cresceram, respectivamente, 8,3% e 5,7%.
O comportamento do consumo de energia resulta da evolução da produção industrial nos primeiros dez meses deste ano, que, de acordo com o IBGE, cresceu 5,9% – com destaque para bens de capital (+18,8%) e bens de consumo duráveis (+8,7%). O mês de outubro, em particular, caracteriza-se pela intensificação da produção industrial com vistas ao Natal. Outro fator que contribuiu para o crescimento do consumo de eletricidade na indústria foi a elevada taxa de ocupação. Ainda de acordo com o IBGE, a indústria de transformação bateu recorde de utilização da capacidade instalada em outubro, que atingiu 84,3%, nível mais elevado desde 2003, quando a pesquisa começou a ser divulgada.