O consumo de energia elétrica em maio ficou ligeiramente acima do registrado em abril, mas está abaixo do observado em março, conforme dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No mês passado, o consumo médio do Sistema Integrado Nacional (SIN) oscilou em torno de 43.544 MW médios, o que representa aumento de 0,60% sobre os 43.284 MW médios de abril e queda de 3,4% em relação a março, mês que registrou recorde histórico, com média diária de 45.059 MW médios.
Em relação a maio do ano passado, o consumo do mês passado registrou aumento de 6,93%, pelos dados do ONS. O consumo acumulado em cinco meses registrou expansão de 3,45% em relação ao mesmo período do ano passado e está 8,09% acima do observado em 2001, antes do racionamento de energia, que começou em junho daquele ano. Nos primeiros cinco meses de 2001, o consumo médio ficou em 40.286 MW médios.
Boa parte do aumento nos últimos meses resultou da ampliação do número de consumidores, que cresce ao ritmo de cerca de 1,5 milhão de usuários por ano. O consumo médio, especialmente residencial, ainda continua abaixo do registrado há três anos.
Termoelétricas
As usinas térmicas responderam por apenas 8,69% da energia elétrica consumida no Brasil nos primeiros cinco meses do ano. Nesse total, estão incluídas as usinas movidas a gás natural e a carvão e as duas usinas nucleares de Angra dos Reis. A capacidade total de geração térmica no País, incluindo as usinas nucleares, está em quase 20 mil MW e a geração média dessas usinas ficou em torno de 2.742 MW médios, o que representa cerca de 14% da capacidade instalada.
Pelo nível atual dos reservatórios, a tendência é de que o ONS continue “despachando” poucas térmicas nos próximos meses, já que o custo dessa energia supera as tarifas das hidrelétricas. Segundo o presidente da CPFL Energia, o nível atual dos reservatórios das grandes hidrelétricas “é o mais elevado nos últimos seis anos” e ele considera que as usinas térmicas devem funcionar no Brasil como um “seguro, quando houver risco de abastecimento”.
A região Sul era a única que ainda causava alguma preocupação aos técnicos do ONS, mas nas últimas duas semanas houve forte recuperação dos reservatórios da região. No final de maio, a ocupação estava em 64% da capacidade, bem acima dos 48,46% registrados no final de abril.
Na região Sudeste, que concentra mais de dois terços da capacidade de armazenamento no País, os reservatórios estavam com 83,01% do total, o que representa quase sete pontos porcentuais a mais em relação ao final de maio do ano passado. No Norte, os reservatórios estavam com 91% da ocupação, enquanto na região Nordeste chegavam a 96,84%, mais do que o dobro da estimativa do início do ano do ONS, que previa um nível de 40% nesta época do ano.