Consumo cresce em ritmo chinês e pressiona juros

A demanda dos brasileiros – que inclui consumo das famílias, gastos do governo e investimentos das empresas – está crescendo em ritmo chinês. O desempenho surpreendeu a maioria dos analistas e deixou o mercado de juros nervoso. Bancos e consultorias já projetam uma alta maior da taxa básica de juros (Selic) na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom).

No segundo semestre de 2009, a demanda doméstica já crescia a uma taxa anual de 10,5%, de acordo com levantamento do ex-diretor do Banco Central (BC) e economista-chefe do Santander Brasil, Alexandre Schwartsman. A série elaborada por ele revela que é o ritmo mais forte em 15 anos.

Segundo especialistas, tudo indica que, no primeiro trimestre de 2010, o crescimento manteve a mesma toada, na pior das hipóteses. Mas há quem diga que estaria hoje ao redor de 13% ao ano, similar ao chinês – de janeiro a março, a demanda doméstica da China cresceu 13,1%.

Por isso, nas últimas semanas, muitas instituições revisaram para até 7% a projeção de crescimento do PIB em 2010. Antes, trabalhavam com uma expansão de 5% a 5,5% da economia.

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