A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,7% em agosto, ante 5,4% em julho, informou nesta quinta-feira, 23, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve recuo de 0,6 ponto porcentual no indicador.

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“O aumento da inflação esperada para os próximos meses reflete em grande medida a percepção de aceleração dos preços durante a greve dos caminhoneiros, captada pelos indicadores de preços de maio e junho”, avaliou a economista Viviane Seda Bittencourt, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

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Na distribuição por faixas de inflação, 56,3% dos consumidores projetaram uma taxa dentro dos limites de tolerância da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano, ou seja, entre 3% e 6%.

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A proporção de consumidores indicando inflação abaixo do limite inferior de 3% recuou de 14% em julho para 8,2% em agosto. A fatia de entrevistados com previsões acima do limite superior de 6% aumentou de 34,0% em julho para 35,5% em agosto.

A expectativa de inflação avançou em todas as faixas de renda em agosto, com destaque para as famílias que recebem até R$ 2.100,00 mensais (com aumento de 0,5 ponto porcentual na inflação esperada). Para as famílias com renda mais elevada, acima de R$ 9.600,00 mensais, a expectativa avançou para 5,0%, o maior nível desde setembro de 2017 (5,1%).

“A alta (no indicador) ocorre de forma disseminada entre as classes de renda e regiões pesquisadas, sugerindo haver no momento uma grande sensibilidade do consumidor ao tema, o que pode levar a novas altas enquanto a conjuntura continuar sendo de grande incerteza política e sujeita a fatores adicionais de pressão como a recente desvalorização do real frente ao dólar”, completou Viviane.

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.