A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 5,4% em fevereiro, mesmo resultado registrado em janeiro, informou nesta quinta-feira, 22, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores.
Com o resultado, o indicador permaneceu no menor nível desde setembro de 2007, quando estava em 5,2%. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve uma redução de 1,9 ponto porcentual.
“Os consumidores seguem o comportamento de superestimar a inflação oficial e, neste contexto, a tendência é que a expectativa para a inflação continue no patamar dos 5% nos próximos meses”, avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O pesquisador lembra que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 2,95% em 2017, enquanto a expectativa do mercado para 2018 está abaixo de 4%.
Na distribuição por faixas de inflação, 51,1% dos consumidores projetaram inflação dentro dos limites de tolerância da meta (de 3% a 6%) perseguida pelo Banco Central. O intervalo mais citado pelos consumidores foi entre o piso de tolerância de 3% e a meta de 4,5%, com 29,7% das respostas.
A expectativa ficou relativamente estável em todas as faixas de renda, exceto para o grupo de famílias com renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, que registrou recuo de 0,3 ponto na expectativa de inflação, para 5,8%, o menor nível desde abril de 2008.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.