Consumidores esperam inflação de 10,3% em 12 meses a partir de maio

A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 10,3% em maio, ante 10,7% em abril, informou nesta segunda-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. Trata-se do terceiro recuo consecutivo do índice, após 13 meses de alta e seguidos recordes na série, iniciada em setembro de 2005.

“Os resultados mostram uma clara reversão nas expectativas de inflação dos consumidores para os próximos 12 meses, confirmando nossas previsões com relação à trajetória desse indicador. A mudança de tendência pode ser explicada principalmente pela diminuição do IPCA acumulado em 12 meses e o arrefecimento do efeito sazonal nos preços monitorados e de educação”, diz o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV, em nota.

Em 2015, o IPCA, índice oficial de inflação, subiu 10,67%, a maior alta de preços desde 2002. No resultado prévio de maio, o IPCA-15 apontou avanço de 9,62% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pela primeira vez desde novembro do ano passado, menos da metade dos consumidores espera inflação de 10% ou mais nos próximos 12 meses, segundo a FGV. Nessa faixa, estão 44,9% das famílias entrevistadas, ante 50,3% que estavam em abril e 56,3% em março. Porém, apenas 5,2% acreditam em uma inflação que se restrinja à meta perseguida pelo governo, cujo teto é 6,5% ao ano.

Por faixas de renda, as famílias com ganhos mensais de até R$ 2,1 mil seguem como as mais pessimistas em relação à inflação, embora suas expectativas tenham melhorado na passagem do mês. A estimativa desses consumidores para os preços caiu a 10,7% em maio, de 11,2% em abril.

Todas as demais faixas de renda também apresentaram melhora no indicador de expectativa de inflação, com destaque para a classe 2 (entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil mensais), cujo resultado recuou de 11,1% para 10,6%.

O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é calculado com base em dados obtidos no âmbito da Sondagem do Consumidor da FGV, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.

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