Consumidor usou o FGTS para pagar as dívidas

O aumento de renda do consumidor decorrente do resgate do dinheiro do FGTS e a sua crescente conscientização no gerenciamento da renda e dos gastos familiares, proporcionado pelo ambiente de relativa estabilidade econômica nos últimos anos, são as razões pelas quais o mês de agosto registrou novamente uma taxa de inadimplência baixa.

A pesquisa mensal divulgada pela Associação Comercial do Paraná (ACP) revela que no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), indicador de vendas a prazo, a taxa de inadimplência líquida de 3,61% registrada em julho último caiu para 3,23% este mês, reafirmando a tendência de queda. No Videocheque, indicador de vendas à vista, o número de exclusões superou o de inclusões pelo 15.º mês consecutivo, desta vez em 7.197, número recorde na série histórica da ACP. Nos últimos doze meses (setembro de 2001 a agosto de 2002), a Taxa de Inadimplência Líquida anualizada foi de 2,80%, considerada baixa em relação à outras capitais do País, como São Paulo, onde a taxa ficou em 6,81% até julho.

SCPC

Em comparação ao mês passado, o SCPC registrou aumento de 3,91% no volume de consultas, que pode ser atribuído em parte às liquidações de inverno. Foram 357.047 consultas em agosto contra 343.604 consultas em julho. O número de consultas neste mês declinou 30,44% em comparação a agosto de 2001 e aumentou 7,59% em relação a agosto de 2000. Nos primeiros oito meses deste ano ocorreu uma retração de 13,33% em relação ao mesmo período de 2001 e incremento de 5,80% em comparação aos mesmos meses de 2000. Esta é uma variação considerada normal, dentro da média registrada nos anos anteriores, sem esquecer que o bom desempenho de 2001 até setembro demorará para ser igualado. “As vendas a prazo tiveram crescimento prejudicado em agosto por causa do encaixe obrigatório dos bancos com o Banco Central, calculado sobre os depósitos de seus clientes”, lembra Elcio Ribeiro, vice-presidente da ACP. Assim, diminuiu a quantidade de recursos disponíveis para financiamento dos negócios o que puxou para cima as taxas de juros e, conseqüentemente, reduziu a quantidade de operações de compra a prazo.

Videocheque

O indicador de vendas à vista sofreu queda de 1,75% no volume de consultas em comparação a julho (298.735 em agosto contra 304.068 consultas em julho). Essa diminuição no número de consultas ficou 1,80% acima de agosto de 2001. O número de consultas acumuladas no ano (janeiro a agosto) superou o de 2001 em 2,09%. O uso de cheques continua recuperando espaço no mercado, como ocorreu em 2000 e 2001, além de a adimplência ter crescido por quinze meses consecutivos.

Perspectivas

Para setembro, a tendência é de queda no número de consultas ao SCPC por motivos naturais de sazonalidade (em 2001 a redução foi de 31,81%, em 2000 de 20,88% e em 1999 de 4,63%), porém a redução não deve ser tão expressiva. “Isso porque em 2002 não haverá feriados prolongados da Independência do País e Padroeira de Curitiba – mantendo o público consumidor na cidade – a liberação das correções monetárias do FGTS continuará em setembro e atingirá o auge das campanhas políticas que normalmente injetam algum recurso a mais na economia”, finaliza Ribeiro.

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