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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Consumidor está olhando mais e comprando menos.

O consumo das famílias, que cresceu 1,2% no segundo trimestre, foi um dos pilares do tímido crescimento do PIB no período. E, se depender da disposição do consumidor em gastar, nem esse estímulo pode funcionar daqui para a frente: o momento é de fazer ajustes para que as compras caibam no orçamento.

?Nosso consumo continua o mesmo, mas está difícil manter o padrão?, diz a funcionária pública aposentada Neyde Santarelli. Ela afirma que nos últimos tempos teve de fazer algumas mudanças para manter o nível de consumo, como comprar seu sabonete predileto em embalagens menores.

No entanto, Neyde não chegou a trocar as marcas de sua preferência por outras inferiores e quer distância das marcas próprias dos supermercados. ?Estou economizando nas gramas para não deixar de comprar produtos de boa qualidade.? Ao lado do marido, Antonio Areosa, consultor industrial, ela fazia compras em um supermercado da região norte de São Paulo.

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O casal Magda e Elias Ribeiro, dona-de-casa e bancário, também tem feito ajustes nos hábitos de consumo. ?Continuamos comprando, mas hoje já optamos por marcas um pouco mais baratas e diminuímos os supérfluos?, diz Magda. Na mesa do casal, que tem dois filhos, há menos manteiga, margarina e frios. ?Hoje ficamos mais com um queijo branco.?

Os juros altos têm levado o casal a reduzir os gastos no cartão de crédito – a fatura mensal de R$ 1,5 mil foi reduzida para R$ 800. ?Estou evitando gastar com roupas e fazer dívidas?, conta Magda.

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O casal é cético quanto a um crescimento significativo da economia este ano. ?A tendência é o desempenho da economia ser pior do que no ano passado, por ser ano de eleição. Talvez a coisa melhore só para o meio do ano que vem?, diz Elias

?Hoje eu gasto mais e levo menos?, resume o aposentado Luiz Borelli, que também tem diminuído as despesas com produtos supérfluos. ?Procuro levar produtos mais baratos ou que estejam em promoção, como frango, ovo.? Borelli diz que usa muito o cartão de crédito, mas evita comprar a prazo e fazer dívidas. ?Só gasto o quanto posso pagar?, garante.

Com renda familiar superior a R$ 5 mil, a professora Vera Estevez tem conseguido manter seu nível de consumo. ?Minha renda ainda me permite comprar o que eu quero, mas vejo que a situação não está fácil, as lojas vivem em liquidação.?