Consumidor não quer gastar

São Paulo – Os primeiros indícios de melhora da economia ainda não estão sendo suficientes para fazer o consumidor abrir a carteira. Mais da metade dos consumidores da capital paulista afirmaram, em uma pesquisa realizada pelo Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), que não pretendem comprar produtos duráveis (eletrodomésticos, eletrônicos, automóveis) ou semiduráveis (roupas e calçados) no último trimestre do ano.

O porcentual foi de 55,4%, bem acima dos 40,2% apurados na pesquisa referente aos meses de julho, agosto e setembro – uma elevação de 30%. Representa também a quarta queda consecutiva do índice de intenção de compra.

Dos 408 entrevistados, 226 não pretendem ir às compras. O levantamento foi feito nas quatro regiões de São Paulo, de 10 a 20 de setembro, com pessoas de faixa de renda entre R$ 390,00 a R$ 1.950.

Todos os segmentos apresentaram redução das intenções de compra, com exceção dos artigos de cama, mesa e banho, que passaram de 10,3% no trimestre anterior para 12,5%. Os produtos de linha branca passaram de 13% para 11,8%; os móveis, de 10% para 8,1%; eletroeletrônicos, de 11,3% para 7,6%; material de construção, de 7,6% para 4,7%; automóveis, de 9,8% para 3,2%; informática, de 11% para 2,9%.

Na avaliação do Provar, a situação é preocupante não só porque reafirma o cenário recessivo em uma época do ano cujo consumo tradicionalmente aumenta, mas também por vir acompanhada pela intenção de reduzir os valores desembolsados (por aqueles que pretendem comprar).

Na comparação com 2002, todos os segmentos de bens pesquisados registraram tendência de gastos menores. Os consumidores pretendem gastar a metade ou um terço do que investiram no ano passado, em valores já deflacionados pelo IPCA.

Na linha branca, por exemplo, as cifras passaram de R$ 1.197 para R$ 608,95; em móveis, de R$ 1.839 para R$ 626,97; em eletroeletrônicos, de R$ 7160 para R$ 359,35; em material de construção, de R$ 4.856 para R$ 669,44; em automóveis, de R$ 16.438 para R$ 10.346,15; informática, de R$ 2.209 para R$ 1.208 33; e em cama, mesa e banho, de R$ 440 para R$ 133,40.

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