Uma pesquisa divulgada ontem mostra que os consumidores das regiões Norte e Centro-Oeste são os menos satisfeitos no País com as concessionárias de fornecimento de energia. Na ponta oposta, os clientes da região Sul são os melhores atendidos.
Os dados fazem parte de levantamento do Instituto Vox Populli feito por encomenda da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), que fez 26.875 entrevistas em 881 municípios do país neste ano. A pesquisa avaliou 26 atributos do serviço de fornecimento, que foram divididos em 5 áreas, que receberam pontuações específicas.
A partir desses dados, o instituto produziu um indicador geral, denominado ISQP (Índice de Satisfação da Qualidade Percebida), que foi calculado também por região. O levantamento tem margem de erro de 1,3%.
O ISQP para este ano foi de 77,1%, o melhor desde o início da pesquisa, em 1999. Segundo a Abradee, esse índice sobe (melhora) em média 1,46 ponto percentual a cada ano.
O outro índice de desempenho do setor, medido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), teve taxa de 63,6% em 2004 e apresenta uma melhora de 0,38 ponto percentual desde 2000.
A Abradee afirma que os dois indicadores possuem metodologias diferentes e, portanto, seus números não podem ser comparados. Para a associação, no entanto, a evolução ao longo dos anos de ambos comprovaria a tese de que os consumidores estariam mais satisfeitos com o serviço de fornecimento de energia.
Por região, o Sul teve o melhor ISQP do País, com 87,1% dos consumidores satisfeitos ou muito satisfeitos com o serviço. Na segunda posição, o Sudeste, com taxa de 77,3%; seguido pelo Nordeste (73,2%) e os mercados Norte/Centro-Oeste (71,8%).
Esses últimos mercados também apresentaram o pior desempenho historicamente: o indicador de satisfação foi de apenas 1 ponto percentual por ano desde 1999, ante a taxa de 2,06 ponto registrado na região Nordeste.
O presidente da Abradee, Luiz Carlos Guimarães, afirma que uma possível explicação para o desempenho pior no grau de investimento necessário nessas regiões para atender a seus consumidores, mais distantes entre si e que, pela baixa renda, consomem menos.
Em comparação, na região Sul, mesmo o atendimento feito ao meio rural, que poderia apresentar as mesmas dificuldades acima, já é feito há muito mais tempo.
