Construção ?encolheu? 17,8% no ano de 2003

As empresas de construção civil apresentaram queda real de 17,8% no total das obras ou serviços em 2003, na comparação com 2002. Os dados fazem parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2003, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número foi deflacionado pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil). No ano de 2003, a economia brasileira não foi bem devido às altas taxas de juros definidas pelo Banco Central, mas o PIB (Produto Interno Bruto) conseguiu crescer 0,5%.

A redução da participação do governo e o número menor de obras de infra-estrutura foram os principais fatores determinantes para o desempenho negativo da construção civil. Segundo a pesquisa, a construção civil sofreu também os efeitos do ambiente econômico de incerteza, com forte valorização do dólar e elevação do nível de preços em 2003.

Os gastos da administração pública com a atividade de construção recuaram de 16,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2002 para 12,3% do PIB em 2003. De acordo com o IBGE, o percentual menor reflete o conjunto de políticas monetária e fiscal restritivas, adotadas para combater a inflação. A taxa básica de juros chegou a ser elevada para 26,5% ao ano em fevereiro de 2003. A média da Selic no ano foi de 23,4% contra 19,1% em 2002. Já o superávit primário (receita menos despesas, excluídos os juros) foi elevado em 2003 de 3,75% para 4,25% do PIB.

?Esse corte nos gastos governamentais provocou na construção civil – um dos setores mais sensíveis à taxa de juros e que depende mais diretamente de investimentos públicos – uma forte queda?, afirma a publicação. Houve queda de 29,5% no valor das obras contratadas por entidades públicas. O PIB da atividade de construção civil caiu 5,2% em 2003.

A atividade de infra-estrutura também afetou negativamente o setor. Ela teve queda de 13,7%, com destaque para o recuo expressivo das obras viárias (-23,4%). As obras de ruas, praças e estacionamentos tiveram queda de 52,4%. As obras de redes de distribuição de água e esgoto sofreram redução de 22,9% de um ano para outro.

De acordo com os dados da pesquisa, em 2003 existiam cerca de 119 mil empresas de construção no País, que empregaram 1,4 milhão de pessoas, com uma média salarial de 4 salários mínimos mensais.

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