O governo deve liberar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para garantir capital de giro para o setor da construção civil, informou na noite de terça-feira (21) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública no plenário da Câmara dos Deputados.
Segundo o ministro, as empresas iniciaram empreendimentos e, agora, com a crise financeira, estão sofrendo com a restrição do crédito no sistema bancário. Mantega contou que tem conversado com representantes do setor, os quais têm mostrado ao governo a necessidade de recursos para dar continuidade a seus empreendimentos. “Não se trata de dar subsídio, mas capital de giro. O governo tem a obrigação de dar liquidez para que os setores continuem crescendo”, afirmou o ministro da Fazenda.
Ele disse que o setor da construção civil é muito importante para o País, porque absorve muita mão-de-obra, entre outras razões. Disse também que os produtos e serviços utilizados pelo setor são todos gerados no Brasil. “Então, é tudo de bom.” Segundo o ministro, o setor de habitação consome apenas de 3% a 4% de todo o crédito no País.
Câmbio
Mantega afirmou também que o governo não tem avaliação de quanto foi o prejuízo das empresas que apostaram na continuidade da valorização do real. Segundo ele, o governo conhece os prejuízos apenas das empresas que já declararam, como a Sadia e a Aracruz, mas afirmou que “haverá outras, com problemas menores.” Mantega disse que esse é um problema privado e será tratado pelo governo como um problema privado: “O governo está apenas dando liquidez para que essas empresas possam superar este momento. Aqueles que apostaram vão pagar o preço, mas acredito que vão conseguir sair dessa.”
Agricultura
Em relação às medidas que estão sendo estudadas para a agricultura, o ministro da Fazenda reiterou que o governo deve aumentar de 65% para 70% a parcela dos depósitos da caderneta de poupança rural que deve ser dirigida para o crédito agrícola. Informou também que o governo já está pensando em como garantir a comercialização da safra do próximo ano.