Construção civil puxa criação de empregos

O crescimento dos empregos no setor de construção civil tem sido fundamental para manter a taxa de desemprego estável no País. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de empregados do setor em seis das principais regiões metropolitanas do País registrou, em setembro, alta de 16,2% em relação ao mesmo mês de 2008. Isso representou a criação de 155 mil postos de trabalho, quase três vezes mais que as vagas criadas pelo setor de serviços no mesmo período.

Em comparação, a indústria eliminou 223 mil vagas no mesmo período. Em setembro de 2008, havia 954 mil trabalhadores na construção e, atualmente, o número chega a 1,109 milhão.

Para o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, a importância da construção civil está no efeito multiplicador que seus investimentos geram na cadeia. “Embora as contratações no setor não sejam tão significativas em termos absolutos, a cadeia é enorme e os investimentos movimentam setores de mineração, indústria e serviços”, explicou.

O diretor de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, disse que o aumento no número de empregos é consequência dos investimentos iniciados nos últimos dois anos, que chegaram próximos do nível de 20% do Produtos Interno Bruto (PIB).

“As decisões de investimentos tomadas há dois anos geraram uma demanda por obra, trabalho e materiais muito grande, que continua com ou sem crise. Não se veem obras paradas no País”, disse.

Segundo Zaidan, os impactos da crise ainda poderão ser sentidos no longo prazo, apesar dos bons resultados das medidas anticíclicas adotadas pelo governo. “De setembro a março, não tivemos nenhum lançamento na área. Foram seis meses sem novos projetos.

Pode ser que o reflexo não seja uma queda, mas uma desaceleração do crescimento do emprego por um período. Quando a economia cresce, a construção civil cresce muito mais”, explicou. Em todo o País, o setor emprega mais de 2,2 milhões de trabalhadores.

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