A construção civil do Paraná vive um ritmo adequado de atividades neste ano, diferente de 2008, quando havia uma grande euforia por parte de consumidores e empreendedores.
“Estamos com um mercado mais maduro, com um ritmo consistente. A crise, para o setor, serviu para realinhar o pensamento. Desta maneira, temos demanda por pelo menos 10 anos”, avalia Hamilton Franck, presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR). A declaração foi feita ontem, em Curitiba, durante a apresentação do balanço 2009.
De acordo com ele, todas as regiões do Estado mantiveram um bom ritmo de obras. O mercado se voltou para unidades menores e mais populares. Em Curitiba, por exemplo, imóveis de até R$ 150 mil são os mais vendidos pelas imobiliárias.
Reflexo disto está no número de alvarás liberados na capital. No ano passado, chegou a 3.499.763 metros quadrados, contra 2.497.387 metros quadrados de 2009 (dados até outubro).
O total deste ano deve chegar a 3 milhões de metros quadrados, quantidade considerada excelente pelo Sinduscon-PR. O número de alvarás já concluídos chega a 1.285.916 metros quadrados neste ano, contra 1.543.854 metros quadrados no ano passado.
Em contrapartida, percebe-se um acréscimo no número de unidades com alvarás concluídos. Em 2008, foram 10.165 unidades nesta situação. Neste ano, até outubro, eram 9.007.
“Deve passar o número de 2008”, comenta Franck. O índice de venda de imóveis novos sobre a oferta pode chegar a 12 pontos percentuais em 2009, contra os 9,65 pontos do ano passado.
Para 2010, o segmento espera manter este ritmo. “Se mantiver neste tamanho, será excelente. Só não queremos voltar àquela euforia, com pressão de custo, de inflação”, afirma o presidente do sindicato.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em dados apresentados ontem pelo Sinduscon-PR, o crescimento deste ano do setor deve ficar entre 2,5% e 3,5%. “Acredito que mais para 2,5%. Isto porque o setor de material de construção sentiu muito o pós-crise”, considera Franck. Para 2010, a estimativa é crescer entre 7,5% e 9%.
O sindicato revelou ontem também os resultados da pesquisa Tendência Imobiliária em Curitiba para os próximos três anos, encomendada pela entidade. Foram entrevistadas mais de 500 pessoas com renda superior a R$ 2,5 mil, sendo que 89,48% delas responderam que pensam em adquirir um imóvel dentro deste período.
Estimando a compra de um imóvel para cada três pessoas, a intenção de aquisição seria de 63 mil unidades nos próximos três anos. Das que responderam positivamente, 83% afirmaram que o imóvel será para morar. A pesquisa indicou que 43,4% das pessoas procuram um apartamento; 39,62% uma casa; e 16,98% um sobrado.
Especificamente sobre obras públicas, o Sinduscon-PR mostrou que o número de licitações realizadas pela Secretaria de Estado de Obras Públicas (SEOP) caiu 42,1% entre janeiro e outubro de 2009, em comparação com o mesmo período do ano passado. Já o valor licitado apresentou aumento de 17,7%.
Em Curitiba, foram licitadas obras no valor total de R$ 53.671.503,82 entre janeiro e outubro deste ano. A maior parte dos investimentos foi destinada às áreas de educação, saúde, abastecimento e transporte (terminais de passageiros). Do valor total, foram concluídos R$ 19.949.096,54, segundo dados da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP).