Com 17 anos, Flávio Eduardo Cordeiro de Oliveira está cursando o ensino fundamental. Ele interrompeu os estudos para trabalhar e ajudar no sustento da casa. Desde fevereiro Flávio está participando de um curso de azulejista e tem esperanças de conseguir uma vaga como profissional do mercado de trabalho. Flávio é um dos 800 jovens de Curitiba que estão inscritos no Consórcio Social da Juventude, programa do Ministério do Trabalho e Emprego que foi lançado ontem na capital.
A iniciativa faz parte das diretrizes do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Jovens (PSPE), que foi lançado em 2003 pelo governo federal, e ainda continua sendo estruturado no Paraná. O consórcio conta com vários parceiros, entre os quais, a Fundação Estadual de Cidadania (FEC), que será responsável pela organização do projeto, bem como a União Paranaense de Estudantes, que está cedendo a Casa da Juventude para a realização das atividades. Durante cerca de seis meses os jovens – entre 16 a 24 anos – terão aulas de educação básica, além de informática, cidadania; e cursos profissionalizantes, como artesanato, garçom, bijuterias, jardinagem e marcenaria.
A meta do programa é promover a inserção social dessa clientela, combatendo a discriminação e buscando uma oportunidade no mercado de trabalho. A delegada substituta da Delegacia Regional do Trabalho do Paraná (DRT) e gestora do programa Primeiro Emprego, Leila Raboni, explica que os jovens selecionados para o consórcio são os considerados em risco social ou com maior vulnerabilidade nas relações com o mundo de trabalho – afrodescendentes, portadores de deficiência, egressos do sistema prisional ou cumprindo medidas socioeducativas. Segundo ela, o papel da DRT no programa será de fiscalizar as ações das entidades parceiras, já que serão destinados pelo Ministério recursos na ordem de R$ 2 milhões para o programa.
Trabalho
Para que possam participar do programa, os jovens precisam estar freqüentando a escola. A coordenadora da Casa da Juventude, Melania Carnhelutti, ressalta que, além dos cursos, eles poderão participar como voluntários nos finais de semana e receber uma bolsa de R$ 150 como auxílio financeiro. Segundo ela, a meta é encaminhar para o mercado de trabalho cerca de 40% da clientela participante do programa.
E arranjar um emprego formal é a esperança da jovem Jenifer Camila Pascoalotti, que com 18 anos e um filho de sete meses, ainda não concluiu o ensino fundamental. Ela mora em um depósito de lixo na Vila da Torres, e está participando da oficina sobre recicláveis. ?Eu espero aprender como utilizar melhor o material reciclado e conseguir um trabalho?, finalizou.