O presidente do consórcio Norte Energia, vencedor do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, José Ailton de Lima, disse hoje que pretende construir a usina a um custo menor do que os R$ 19 bilhões estimados pelo governo para o empreendimento. “Meu orçamento é menor, vou fazer a obra mais barata”, afirmou Lima, que também é diretor da Chesf, subsidiária da Eletrobras que possui participação de 49,98% no consórcio.
Ele não quis revelar, no entanto, por quanto construirá a usina. “É uma obra muito grande, que traz vantagens enormes para os empreendedores”, limitou-se a dizer. Lima explicou que a Eletronorte entrará como sócia estratégica no consórcio, mas a participação da estatal estará dentro do porcentual de 49,98% da Chesf. Ele não soube dizer se essa fatia seria de 35%, como vem sendo especulado no mercado.
O presidente do consórcio vencedor de Belo Monte disse ainda que está mantendo contatos com fornecedores de equipamentos internacionais, mas não confirmou qual a nacionalidade desses grupos.
Segundo Lima, o consórcio deverá levar cerca de seis meses para apresentar o Plano Básico Ambiental, peça necessária para a obtenção da licença de instalação que será emitida pelo Ibama. Somente com essa licença em mãos é que o consórcio poderá dar início à obra de construção da usina. De acordo com o executivo, o Plano Básico Ambiental é um documento completo, no qual precisam estar detalhados todos os condicionantes exigidos pelos órgãos ambientais nesse projeto.
Lima disse que as condições oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiamento para construção da hidrelétrica “talvez sejam das melhores do mundo”. Segundo ele, isso faz parte do momento atual da economia brasileira de estabilidade. “Nós vamos buscar todos os benefícios compatíveis com o projeto”, disse Lima. O BNDES pode financiar até 80% do valor da construção.