Consórcio conquista quem quer casa

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Foto: Fábio Alexandre

Centro de Curitiba: comprar a casa com facilidades amplia o mercado imobiliário.

O número de consórcios imobiliários cresceu, no passado, 17,8% em todo o Brasil. Isso representa mais de 468 mil participantes, contra 397 mil em 2007. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), que também registrou um aumento de 17,6% no total de contemplações, e uma soma de R$ 3,6 bilhões para a compra de imóveis. Fatores como a demanda reprimida e a facilidade de acesso tiveram influência nesses resultados.

A avaliação é do presidente da Abac, Rodolfo Montosa. ?Apesar da ampliação de crédito, o acesso a ele ainda é muito burocrático. Além disso, o brasileiro está mais consciente de que poupar antes de gastar é muito mais vantajoso. E o consórcio tem essa característica?, disse. Outro ponto favorável do consórcio é a possibilidade de negociações na hora da compra. Montosa ressalta que quando o consorciado é contemplado consegue melhorar as condições do negócio, já que não depende de aprovação de crédito. ?Essa é uma realidade do mercado, pois quem tem dinheiro na mão faz o melhor negócio?, ressalta.

Aliado a esses fatores, a diretora-geral da Ademilar Consórcio de Imóveis, Tatiana Reichmann acrescenta que a flexibilidade nas formas de pagamento também tem atraído consumidores. Prova disso foi um novo produto lançado pela empresa neste mês, que em apenas 20 dias, teve a adesão de mais de 50% de um grupo formado por 500 pessoas. No nova modalidade o consorciado escolhe a forma de pagar – se parcelas altas no início ou no final do consórcio -, a porcentagem que dará de entrada, entre outras possibilidades. Além disso, existe flexibilização na utilização do crédito. ?As vezes o consorciado entra com a intenção da compra de um imóvel residencial, mas quando é contemplado migra para um imóvel comercial, ou para compra de um terreno e até material de contração?, acrescentou Rodolfo Montosa.

Perfil

Além das pessoas que estão em busca da casa própria, o consórcio tem sido uma opção de investimento. Tatiana Reichmann comenta que 30% da vendas de consórcio hoje são para investidores ou para quem busca um segundo imóvel. ?Alguns investem em imóveis como uma forma de complementar a aposentadoria?, disse. De acordo com dados da Abac, 26% das pessoas que compram consórcios são da classe A, 58% da classe B, 15% da classe C e 1% da D. Os homens representam 76% dos compradores. A média do crédito atualmente é de R$ 70 mil.

Em relação à faixa etária, 40% têm entre 40 a 50 anos; 50% de 30 a 39 anos; 8% entre 20 a 29 anos, e apenas 2% acima de 50 anos. Segundo Montosa o desafio das empresas de consórcio é crescer entre o público mais jovem, que hoje representa a maioria dos consumidores. Para isso, destaca, é preciso investir na mudança de consciência. ?O maior concorrente do consórcio é o consumo impulsivo, pois se o jovem separasse de 10% a 15% desde o seu primeiro salário, em dez anos poderia comprar seu primeiro imóvel. Mas infelizmente isso ainda não é uma prática de mercado?, finalizou.

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