Consórcio Antiferrugem faz balanço

O Consórcio Antiferrugem, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realiza hoje e amanhã, em Londrina, uma reunião de avaliação das atividades realizadas durante a última safra de soja. Segundo pesquisadores da Embrapa Soja, uma das entidades envolvidas no consórcio, foram treinados mais de 5.600 agentes de assistência técnica e realizadas palestras que atingiram mais de 38 mil produtores.

?Foi uma iniciativa extremamente positiva, que conseguiu reunir entidades públicas e privadas numa força-tarefa para solução de um problema grave da agricultura brasileira?, diz Amélio Dall?Agnol, coordenador do consórcio.

A reunião é dirigida a técnicos do Mapa e profissionais das entidades que constituem o consórcio, que atuam nas áreas de pesquisa, ensino, assistência técnica e produção de insumos.

O impacto econômico da ferrugem é um dos temas que serão abordados durante a reunião pelo coordenador de oleaginosas e fibras da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Sávio Rafael Pereira. Segundo ele, para o agricultor brasileiro a ferrugem da soja já foi incorporada ao custo total da produção e representa um aumento de 8% do custo variável dos insumos da produção.

Para Pereira, a ferrugem exige um manejo mais sofisticado da cultura e um controle ainda maior das doenças, principalmente as de final de ciclo da soja, o que, apesar de parecer um contra-senso, pode até acabar significando um ganho de produtividade no futuro.

O Mapa deve apresentar, ainda, as ações que o órgão sugere para evitar a sobrevivência do fungo na entressafra. O chefe do Serviço de Educação Fitossanitária do Mapa, André Peralta da Silva, deve apresentar orientações sobre o plantio irrigado no inverno, considerado um problema por favorecer a multiplicação do fungo para a safra de verão. O problema de fitotoxicidade dos fungicidas também promete grandes discussões.

Durante a safra, produtores relataram a ocorrência de ?queimaduras nas folhas?, provocadas por um grupo de fungicidas. Segundo pesquisadores da Embrapa, esse dano causado na planta está relacionado às condições climáticas no momento da aplicação, à mistura do fungicida com outros produtos e sua intensidade tem variado bastante em função da sensibilidade da cultivar semeada. Representantes das empresas envolvidas também terão a oportunidade de apresentar sua visão sobre o tema.

Amanhã, os grandes temas darão lugar às discussões sobre os rumos que o consório deve tomar. Haverá palestras sobre avanços para um novo sistema de alerta e a reformulação da ?palestra padrão? que é ministrada em todo o Brasil. ?O sistema de alerta tem se mostrado uma ferramenta eficaz na disseminação de ocorrências de focos de ferrugem em todo o Brasil e estamos trabalhando em seu aperfeiçoamento?, explica o pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Moreira Soares. A reunião do consórcio será no Hotel Crystal, em Londrina, das 8h30 às 18h, hoje, e das 8h15 às 11h, amanhã. 

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