Consignado e cartão puxam alta do crédito, avalia Maciel

O Chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, comentou nesta quarta-feira, 25, que o crédito consignado continua puxando a alta do crédito, assim como o cartão de crédito à vista. “Em função do Dia das Mães, o comércio é alavancado e isso reflete nas despesas com cartão de crédito, que aumentaram 2,3% em maio”, relatou.

Maciel destacou que em 12 meses há uma tendência de migração dos financiamentos para modalidades com taxas de juros mas baixas, como o crédito pessoal e o cartão de credito à vista. “São modalidades que têm puxado o crédito e têm custo mais baixo.

Assim como o recuo da inadimplência, essa migração pode estar refletindo a questão da educação financeira, acrescentou. Ele citou que, dos R$ 42 bilhões de crescimento do crédito para famílias nos últimos 12 meses, o consignado respondeu por R$ 29 bilhões e o cartão de crédito por R$ 12 bilhões.

O economista ponderou que, no sentido contrário, os financiamento de veículos continuaram recuando no mês passado. “Houve uma antecipação de vendas de veículos anteriormente e isso agora se reflete em um ritmo menor de aquisições”, explicou.

O economista destacou também que a queda da confiança é um fator que tende a influenciar a tomada de crédito. “Essa questão da confiança pressupõe uma cautela tanto da parte dos tomadores, quanto da parte dos bancos. Já em termos de inadimplência, isso não tende a trazer de forma direta um impacto maior”, explicou. “Apesar da queda da confiança se dar já há algum tempo, o crédito continua se expandindo de maneira positiva, ainda que moderada”, completou.

De acordo com Maciel, a expansão do crédito imobiliário segue em moderação. “Em 12 meses o crescimento é de 30%, mas em 2010 foi de 50%”, completou. O economista disse que a relação entre o crédito imobiliário e o PIB no Brasil (8,8%) ainda é baixa se comparada a outros países emergentes como o Chile e o México. “Mais de 90% do crédito imobiliário no Brasil é para o primeiro imóvel”, pontuou.

Inadimplência

Maciel avaliou ainda que, depois de vários meses próxima do piso, o crescimento 0,1% na inadimplência em maio no crédito total ainda não caracteriza um movimento a ser justificado economicamente. “É um dado pontual, uma primeira observação. Precisamos de mais observações para caracterizar esse dado como uma tendência ou como uma alta efetiva”, explicou.

De acordo com ele, os atrasos de 15 a 90 dias recuaram em maio. “Por isso ainda não dá para encontrar uma razão econômica para a alta da inadimplência. Foi um momento pontual. É prematuro buscar algum fator que esteja por trás desse movimento”, afirmou. Maciel comentou ainda que o crédito de capital de giro para pessoas jurídicas voltou a crescer expressivamente em maio, assim como as linhas de ACC. Por outro lado, destacou o economista, no crédito direcionado houve uma moderação das concessões do BNDES para empresas.

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