Os investimentos conservadores devem dominar o portfólio dos brasileiros no ano que vem. A combinação das incertezas nas áreas econômica e política mostra que 2016 será um ano para correr pouco risco.

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Por ora, as previsões para a economia do Brasil indicam que o ano que vem pode ser tão difícil quanto o atual.

O País deve continuar o seu turbulento processo de ajuste fiscal num cenário de forte recessão, inflação elevada e aumento da taxa básica de juros.

A inflação provavelmente vai descer do patamar de dois dígitos, mas tende a seguir insistentemente acima do teto da meta estipulado pelo governo (6,5%), o que vai dificultar o ganho real do investidor. Como consequência, o Banco Central já sinalizou que deverá promover novos aumentos da Selic com o objetivo de conter a alta dos preços.

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A dificuldade na área econômica ainda vai se somar a um quadro turbulento político de difícil previsão. “Em 2016, nós estamos muito impactados pelo tamanho do ajuste fiscal que o governo de fato vai conseguir entregar”, afirma Luciane Ribeiro, diretora do Santander Asset Management.

Na lista de investimentos que trazem ganho garantido em períodos de subida de juros aparecem os tradicionais fundos de renda de fixa e DI.

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“Esses produtos, na sua maioria, têm liquidez e a garantia de que estão tendo um retorno um pouco acima da inflação”, diz Marcos Daré, diretor de investimentos do Bradesco.

A composição de um portfólio mais conservador também pode englobar papéis do Tesouro Direto. Um título indexado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chega a pagar juros reais de 7,5% ao ano. “Ou seja, o investidor aplica num produto de baixo risco que paga, além da inflação, mais 7,5% de juros”, destaca Liao Yu Chieh, professor do Insper. “Para o investidor com um prazo mais amplo, é uma boa recomendação.”

Diversificação. Mas a aposta em investimentos conservadores não significa que o brasileiro tenha de fugir de aplicações de maior risco e evitar a diversificação da carteira.

Para definir uma estratégia, é preciso ter em mente qual é o prazo desejado e o tamanho do risco que se pretende correr. “A diversificação é sempre saudável. Muitas vezes, ficar conservador é tomar risco, porque no médio e longo prazos o investidor pode perder oportunidades”, afirma Luiz Sorge, presidente da BNP Paribas Asset Management.

A importância da diversificação, diz Sorge, está na possibilidade de aproveitar a recuperação do mercado assim que ela ocorre. Isso porque, normalmente, as mudanças que podem trazer algum tipo de ganho são percebidas primeiro pelos investidores institucionais, e não pelas pessoas físicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.