O calendário para o saque dos saldos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve começar na sexta-feira, dia 10 de março. Para orientar os 30 milhões de brasileiros que têm direito à retirada, todas as 4,2 mil agências da Caixa Econômica Federal em todo o Brasil abrirão duas horas mais cedo a partir desta quarta-feira (15), até a próxima sexta-feira (17). Além disso, o banco funcionará por cinco horas aos sábados, a partir do próximo dia 18, para atender ao trabalhador. A ideia é não só orientar o trabalhador mas aproveitar o horário extra para realizar a atualização cadastral de trabalhadores que possuem contas inativas do FGTS e têm interesse em sacar os recursos a partir de 10 de março.
O regime nestes horários de atendimento será de dedicação exclusiva ao assunto FGTS. Ou seja: não haverá outro tipo de atendimento (abertura de conta, pagamento de fatura etc). Atualmente, as agências da Caixa funcionam das 10h às 16h. Portanto, passarão a abrir — por tempo ainda a ser confirmado — às 8h.
A ordem dos saques deve ser baseada no mês de aniversário do trabalhador e será anunciada nesta terça-feira (14) pelo presidente Michel Temer, em evento no Palácio do Planalto.
Pelo último desenho do calendário, quem nasceu em janeiro e fevereiro, poderá sacar os recursos a partir de 10 de março; quem nasceu em março, abril e maio, poderá sacar a partir do dia 10 de abril; os que fazem aniversário em junho, julho e agosto, a partir de 12 de maio; os aniversariantes de setembro, outubro e novembro, a partir do dia 16 de junho; e os que nasceram em dezembro, a partir de 14 de julho.
– Janeiro e fevereiro: a partir de 10/03/2017
– Março, abril e maio: a partir de 10/04/2017
– Junho, julho e agosto: a partir de 12/05/2017
– Setembro,outubro e novembro: a partir de 16/06/2017
– Dezembro: a partir de 14/07/2017
O banco decidiu deixar apenas os aniversariantes de dezembro para receber em julho porque será possível a todos os cotistas retirar o dinheiro a partir da data estipulada no calendário até 31 de julho. Ou seja: quem nasceu em janeiro, por exemplo, poderá sacar o dinheiro de 10 de março até 31 de julho.
O que são contas inativas?
Normalmente, existe saldo de contas inativas de pessoas que pediram demissão e não sacaram o dinheiro, para utilizar, por exemplo, no financiamento à casa própria. A retirada poderá ser feita apenas das contas inativas com data de desligamento do empregado até 31 de dezembro de 2015. Quem pediu demissão depois disso não poderá efetuar o saque – a não ser que tenha outros contratos encerrados em anos anteriores.
Para quem tem até R$ 3 mil em contas inativas, a Caixa vai orientar a fazer o “cartão cidadão” para retirar o dinheiro diretamente do terminal de autoatendimento. Para isso, é necessário estar cadastrado no PIS/Pasep e ter o Número da Inscrição Social (NIS). Os atendentes vão explicar onde fazer a inscrição e como retirar esse cartão. Quem recebe o Bolsa Família não precisa do cartão cidadão, pois o cartão que recebe o benefício também pode realizar operações do FGTS.
Quem tem mais de R$ 3 mil nas contas inativas precisará sacar o dinheiro na fila do atendimento. Os clientes da Caixa que possuem poupança terão o dinheiro do FGTS diretamente transferido para a caderneta – quem tem apenas conta corrente no banco terá de autorizar a transferência do dinheiro.
A Caixa divulgará um site específico no qual será possível consultar quem tem direito ao saque, qual o valor e a data de pagamento. A ideia é evitar uma corrida desnecessária às agências.
O impacto: R$ 35 bilhões na economia
De acordo com dados oficiais, cerca de 30 milhões de trabalhadores serão contemplados, em operação que envolve 49 milhões de contas e aproximadamente R$ 43 bilhões. O banco Santander prevê que valor próximo de 100% das contas inativas será sacado pelos trabalhadores, e boa parte desse dinheiro reforçará o consumo das famílias nos próximos meses, o que deve gerar um impacto positivo no crescimento da economia de até 0,40 ponto porcentual.
Para os defensores da ideia, os saques não vão causar impacto significativo no saldo do FGTS, de R$ 380 bilhões. Mas o setor da construção criticou a liberação do saldo total das contas inativas. O argumento do presidente Michel Temer foi de que 86% das contas têm saldo inferior a R$ 880 (salário mínimo de 2016).