O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,4 ponto na passagem de março para abril, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o ICS saiu de 68,9 pontos para 69,3 pontos no período. A instituição afirma que os dados sinalizam que os empresários veem a possibilidade de menor incerteza no campo econômico, mas recomenda cautela na interpretação do resultado.

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“Nesses primeiros quatro meses houve um movimento de suave recuperação da curva de confiança, que se apoia nas expectativas empresariais. É provável que isso reflita a percepção de um iminente desfecho para o impasse político, o que abriria espaço para uma melhor previsibilidade no campo econômico. Ainda assim, dado o grau de incerteza presente, é cedo para afirmar que essa reação é sustentável”, diz o economista Silvio Sales, consultor da FGV, em nota.

Ao todo, oito das 13 atividades investigadas tiveram alta na confiança na passagem do mês. O resultado geral foi determinado pelas expectativas em relação aos meses seguintes, já que a percepção sobre o momento atual piorou no período.

Em abril, o Índice de Situação Atual (ISA-S) teve queda de 2,3 pontos, para 67,2 pontos, após avançar 1,1 ponto em março. Já o Índice de Expectativas (IE-S) subiu 3,1 pontos, para 72,0 pontos, após recuo de 0,9 ponto na mesma base de comparação.

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A coleta de dados para a edição de abril da sondagem foi realizada junto a 1.915 empresas entre os dias 04 e 27 deste mês.

Demanda e política

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Embora com perspectivas otimistas para os próximos meses, os empresários do setor de serviços continuam preocupados com o volume de demanda no momento atual. A Sondagem de Serviços de abril, divulgada pela FGV, mostra que muitos classificam a procura como aquém do desejado. Citações ao momento de incerteza no campo político também atingem picos históricos, maiores até mesmo do que no período eleitoral em 2014.

Neste mês, a confiança de serviços avançou 0,4 ponto, para 69,3 pontos, calcada nas expectativas. Para a FGV, é sinal de que os empresários veem possibilidade de melhora nos próximos meses. Porém, a preocupação com o presente permanece.

Só em abril, 41,2% das empresas apontaram a demanda insuficiente como um entrave à expansão dos negócios. Problemas financeiros foram citados por 11,6%, um recorde histórico na série iniciada em junho de 2008. Entre empresas que citam “outros” fatores, 13,1% mencionaram a política como limitativo, também um marco na Sondagem.

“Isso é um forte indicativo da influência do ambiente político na avaliação das empresas sobre o rumo dos negócios”, diz a instituição.

Como resultado, a percepção sobre a situação atual continuou piorando em abril. O volume de demanda atual recuou 2,4 pontos, e a avaliação sobre a situação atual dos negócios caiu 2,1 pontos.

No sentido contrário, as expectativas melhoraram, com alta de 3,4 pontos no volume de demanda prevista e avanço de 2,7 pontos na situação dos negócios para os próximos meses.