A confiança entre os executivos das maiores companhias da indústria manufatureira do Japão piorou no primeiro trimestre deste ano, no ritmo mais rápido já registrado, e atingiu um nível recorde de baixa, à medida que o país tenta resistir à sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, apontou a pesquisa trimestral Tankan do Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês), divulgada nesta quarta-feira (1º).

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O índice de confiança das grandes empresas japonesas de manufatura caiu para -58 em março deste ano, de -24 em dezembro do ano passado, marcando o maior declínio já registrado no país, de acordo com a pesquisa. O índice, que representa a porcentagem das empresas que dizem que as condições econômicas são boas menos aquelas que consideram as condições ruins, também foi pior do que a média das previsões dos economistas, de -55. O BOJ iniciou a pesquisa em 1974.

A queda histórica do sentimento corporativo foi provocada pela redução da demanda externa que puxou a economia japonesa, dependente de exportações, para uma profunda recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) do país diminuiu 12,1% no último trimestre de 2008, em termos anualizados, e economistas preveem uma contração de dois dígitos para o primeiro trimestre de 2009.

Os resultados desastrosos da pesquisa aumentam a possibilidade de que o BOJ adote mais medidas para aliviar as condições monetárias e que o comitê de política monetária reduza mais as previsões para o crescimento econômico do país em seu relatório semestral, previsto para ser divulgado no fim deste mês.

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As grandes manufatureiras previram que o índice de sentimento corporativo melhoraria em junho deste ano para -51, mas que manteria o valor próximo da baixa recorde. As grandes empresas não manufatureiras esperam que o índice suba para até -30 em junho, de -31 em março.

De acordo com a pesquisa, as grandes empresas não planejam reduzir seus investimentos tão profundamente como os analistas tinham previsto. As companhias estimam uma corte de 6,6% no atual ano fiscal, iniciado hoje, menos que o declínio de 10,95% estimado pelos economistas. Ainda assim, o número é o mais pessimista desde março de 2002, quando as empresas previram uma queda 8,4% dos investimentos. As informações são da Dow Jones.

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