O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção) apresentou a quinta queda consecutiva em maio. Segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador chegou a 55,8 pontos ante 56,4 pontos registrados em abril, se aproximando da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo.
“As previsões de que a economia brasileira crescerá em 2019 em ritmo muito aquém das estimativas iniciais teve novo impacto sobre a confiança do setor da construção”, avalia a CNI.
Essa redução da confiança, segundo a entidade, deve-se à percepção de que o ambiente de negócios piorou. Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Condições Atuais mostrou maior pessimismo dos empresários da construção quanto ao presente, caindo de 46,5 pontos para 45,0 pontos. A pesquisa aponta que o indicador foi puxado para baixo pelo índice de condições da economia brasileira, que caiu 2,8 pontos na comparação mensal.
“Houve um certo descompasso entre as expectativas dos empresários e o tempo político das reformas, que estão sendo discutidas ainda”, explica Dea Fioravante, economista da CNI, em nota divulgada pela entidade. Segundo a economista, são necessários avanços na agenda das reformas e ampliação do crédito para que as empresas do setor recuperem a confiança na economia e demonstrem disposição em investir e assumir riscos. O índice de intenção de investimentos do setor manteve-se praticamente estagnado em maio, em 32,9 pontos ante 32,8 pontos de abril.
A ociosidade do setor também continua elevada. A utilização da capacidade operacional (UCO) da indústria da construção registrou 56% em abril. Em março, era de 57%. As obras de infraestrutura, destaca a CNI, apresentam ociosidade maior, afetando os resultados agregados do setor uma vez que são obras de grande impacto econômico e financeiro.
O índice que mede o nível de atividade ficou em 45,8 pontos em abril, ante 44,5 pontos de março – abaixo da linha dos 50 pontos, o que indica queda.
Com o quadro de incertezas na economia, as expectativas do setor da construção permanecem “congeladas”, segundo a pesquisa. “Os empresários estão claramente frustrados e inseguros quanto ao futuro da economia, o que faz com que segurem investimentos e se coloquem em uma conduta de paralisia”, destaca a Sondagem.
O índice de expectativa do nível de atividade caiu de 53,6 pontos para 53,2 pontos na comparação de abril para maio. O indicador que mede expectativa para novos empreendimentos e serviços teve queda de 53,2 pontos para 52,2 pontos, na mesma base de comparação.
Também houve queda na expectativa em relação a compra de insumos e matérias-primas, de 52,4 pontos para 51,9 pontos. Já o índice que mede a expectativa de contratação de empregados permaneceu estável em 52,1 pontos.
A Sondagem da Indústria da construção foi feita entre os dias 2 e 13 de maio, com 493 empresas.