Recuperados do susto com os desdobramentos da crise americana, empresários e consumidores tiveram melhora generalizada no humor nas últimas semanas. Uma pesquisa nacional encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao Instituto Ipsos Public Affairs revela que 88% dos consumidores acham que a situação econômica neste ano será melhor que a de 2007 ou igual.

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O otimismo reflete os resultados positivos dos indicadores divulgados até agora, mostrando que a economia continua a crescer no mesmo ritmo forte do último trimestre do ano passado, quando produção e vendas estavam a todo vapor.

Feita entre os dias 23 e 30 de janeiro, com mil pessoas em 70 cidades e nove regiões metropolitanas, a pesquisa Pulso Brasil constatou que 59% dos entrevistados acham que 2008 será melhor que 2007. Outros 29% acreditam que será igual, enquanto 5% não sabem e apenas 7% estão pessimistas. Quanto ao ano passado, 50% concordam que o País teve um desempenho econômico positivo, enquanto 29% discordam, 10% não estão bem certos e 11% não sabem.

?A percepção da sociedade é muito parecida com a dos empresários?, afirma Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. ?A maioria considera que 2007 foi bom e 2008 será melhor ainda.

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Para medir o pulso da indústria, o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), fez uma pesquisa informal com associados da entidade. Ele concluiu que o ano começou muito bem. ?Não há propriamente uma certeza de aceleração, mas uma indicação muito forte de que o dinamismo do fim de 2007 está sendo mantido?, comenta.

Gomes de Almeida lembra que, no último trimestre de 2007, a indústria cresceu 8% em relação a igual período de 2006, enquanto, na média do ano, a expansão foi de 6%.

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Entre os fatores que contribuíram para a melhora do humor dos empresários, Francini cita os índices de inflação, que dão sinais de volta à normalidade, depois da aceleração no fim de 2007. ?Está se ganhando consciência de que não existe um grau de demanda ameaçador para a capacidade de oferta?, afirma. ?Tanto que o Banco Central deveria aproveitar o fim da CPMF para reduzir a taxa básica de juros.

Segundo ele, também houve um ganho de adicional de confiança a partir da avaliação de que o Brasil não está entre as economias que serão especialmente afetadas pela crise americana.

Embora a crise continue sendo motivo de grande dúvida, Francini diz que não se observa um aprofundamento. ?Deve permanecer certa instabilidade, mas longe da sensação de se estar em queda livre, e sim numa montanha-russa, em que, depois da queda, vem a subida.?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo