O Índice Nacional de Confiança (INC), apurado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou 76 pontos em fevereiro, praticamente estável em relação a janeiro (77 pontos), mas 52 pontos abaixo daquele registrado em fevereiro de 2015. Em nota, o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, destaca que o nível permanece praticamente no mesmo patamar por três meses seguidos. “Enquanto não houver solução para o impasse político-institucional que derruba a nossa economia, não há perspectivas de melhora. Precisamos urgentemente que o Brasil volte a andar e a crescer”, analisou.
Na apuração por região, o indicador do Norte/Centro-Oeste ficou em 79 pontos em fevereiro, recuo de seis pontos ante janeiro e 75 pontos a menos do que o mesmo mês de 2015 (154 pontos). A ACSP explica que a influência negativa do clima na produção agrícola pode ter afetado a confiança da população da área.
O Sul registrou 68 pontos ante 63 em janeiro e 129 no ano passado. O aumento na comparação mensal pode ser resultado do acordo entre o Rio Grande do Sul e o Governo Federal quanto às dívidas do estado.
O Sudeste, por sua vez, ficou com 70 pontos contra 66 em janeiro e 123 pontos há um ano. Nessa região, o estado de São Paulo continua com pessimismo elevado, tendo marcado 60 pontos (o mesmo que em janeiro, mas 47 a menos do que no mesmo período de 2015). Já o índice no Nordeste foi de 91 pontos em fevereiro – o mesmo resultado do mês anterior e 132 pontos há um ano.
Por grupos socioeconômicos, a confiança da Classe C subiu um pouco – de 73 pontos em janeiro para 77 pontos em fevereiro -, explicado pelo alongamento de prazos no crediário. Mas ainda está longe do resultado de fevereiro de 2015, quando ficou em 134 pontos.
Já a confiança das classes D/E diminuiu de 92 pontos em janeiro e 130 pontos em fevereiro de 2015 para 87 pontos no mês passado. A ACSP menciona a inflação de alimentos que pesou mais no bolso desse consumidor. Por fim, a classe A/B teve um INC de 63 pontos em fevereiro, diante de 62 em janeiro e 110 em fevereiro de 2015.
Quando questionados se conhecem alguém que perdeu o emprego nos últimos seis meses, o número é recorde. Em fevereiro, os entrevistados disseram conhecer, em média, 5,25 pessoas que foram demitidas. No mesmo mês de 2015, a média era de 3,25.
Em corroboração a isso, a pesquisa destaca que 54% dos consumidores estão inseguros no emprego (ante 33% em 2015). Como consequência, somente 17% estão à vontade para comprar eletrodomésticos (34% em 2015) e apenas 10% para adquirir carro ou imóvel (26% há um ano).
Em fevereiro, apenas 24% dos entrevistados consideravam sua situação financeira boa. Em 2015, esse porcentual era de 40%.
Quanto às perspectivas futuras, o INC aponta que 31% acreditam que sua situação financeira irá melhorar nos próximos meses. Há 12 meses, 47% tinham a mesma percepção. Nas variações mensais, todos os indicadores mantiveram-se estáveis ou dentro da margem de erro (3 pontos).
A pesquisa de fevereiro foi realizada entre os dias 13 e 28 de fevereiro em todas as regiões brasileiras pelo Instituto Ipsos a partir de 1,2 mil entrevistas domiciliares em 72 municípios, por amostra representativa da população brasileira de áreas urbanas.