Confiança do consumidor é a menor desde 2005

A confiança do consumidor brasileiro voltou a cair em março e registrou o menor nível desde o início da pesquisa, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26) pela Fundação Getúlio Vargas. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou queda de 0,7% este mês em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal, após dados revisados do ICC do mês passado. Com o resultado, o desempenho do indicador, que é calculado com base em uma escala de pontuação entre zero e 200 pontos (sendo que, quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), caiu de 94,9 pontos em fevereiro para 94,2 pontos em março. Esse nível de pontuação, segundo a FGV, estabelece “um novo recorde negativo da série iniciada em setembro de 2005, considerando-se dados com ajuste sazonal”.

O resultado mostra que neste mês as avaliações sobre a situação presente continuaram piorando, enquanto as previsões relativas ao futuro próximo, em média, permaneceram estáveis. A avaliação sobre situação atual, de acordo com a FGV, é a pior dos últimos três anos.

O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que apresentou queda de 1,1% em março, após cair 1,5% em fevereiro; e o Índice de Expectativas (IE), que apurou variação zero este mês após cair 1,2% no mês anterior. Os dados de fevereiro desses dois índices também foram atualizados pela FGV, e apresentaram, respectivamente, taxas negativas de 0,8% e de 1,7% no mês passado.

O índice é composto por cinco quesitos da “Sondagem das Expectativas do Consumidor”, apurada desde outubro de 2002 (com periodicidade trimestral, até julho de 2004, quando passou a ser mensal). O levantamento abrange amostra de mais de 2 mil domicílios, em seis capitais, com entrevistas entre os dias 2 e 20 de março.

Pessimismo

Segundo a FGV, a piora na avaliação do consumidor sobre o ambiente econômico atual ajudou a derrubar a taxa do ICC em março. Segundo a entidade, entre os quesitos relacionados à situação atual, o indicador da situação econômica local manteve a trajetória descendente iniciada em outubro do ano passado. Entre fevereiro e março, o porcentual dos entrevistados que avaliam a situação econômica atual como boa reduziu-se de 8,4% para 7,4% do total, na passagem de fevereiro para março, enquanto a parcela dos que a julgam ruim elevou-se de 51,2% para 52,5%, no mesmo período.

Ainda de acordo com a FGV, nas respostas relacionadas ao futuro, ocorreu uma diminuição do pessimismo em relação à situação econômica local e da família nos próximos seis meses. Entretanto, houve continuidade no resultado negativo do indicador de compras de bens duráveis. O porcentual de consumidores pesquisados que planejam gastar mais com duráveis nos seis meses seguintes caiu 7,2% para 6,7%; já a parcela dos que pretendem gastar menos aumentou de 39,2% para 40,1%, no período.