O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 2,3 pontos na passagem de junho para julho, saindo de 85,7 pontos para 83,4 pontos, informou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV). “O resultado da Sondagem do Comércio mostra que o aumento da incerteza originado com a crise política pode ter impactado o lado real da economia. Os indicadores que medem a percepção sobre o nível de demanda atual e as perspectivas para contratações nos meses seguintes estabilizaram-se em níveis mais fracos que os do bimestre abril-maio”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em julho, 11 dos 13 segmentos pesquisados tiveram redução na confiança. A queda do Icom foi determinada por uma piora tanto das expectativas quanto das avaliações sobre o momento presente. O Índice de Expectativas (IE-COM) cedeu 4,0 pontos, para 88,4 pontos, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA-COM) caiu 0,4 ponto, para 79,2 pontos.
O indicador de médias móveis trimestrais do IE-COM caiu pelo segundo mês consecutivo, depois de subir entre janeiro e maio. O IE-COM dos revendedores de bens de consumo não duráveis já vinha em queda desde maio, mas o índice dos revendedores de bens de consumo duráveis manteve a trajetória positiva até junho, quando chegou perto de 100 pontos. Em julho, o IE-COM de bens duráveis recuou, “mostrando que o aumento da incerteza começa a afetar as expectativas de um segmento que vinha se tornando gradualmente mais otimista ao longo do primeiro semestre”, ressaltou a FGV.
“Mais sintomática da piora do ambiente de negócios foi a perda de fôlego do segmento revendedor de duráveis, que vinha observando até junho uma recuperação gradual do otimismo alavancada pela queda dos juros e pela entrada de recursos do FGTS”, completou Campelo Junior.
A coleta de dados para a edição de julho da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 3 e 23 do mês e obteve informações de 1.174 empresas.