O resultado médio da confiança de serviços no terceiro trimestre de 2014 é o segundo mais fraco de toda a série histórica produzida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) desde junho de 2008. O índice de confiança caiu 5,3% entre julho e setembro deste ano, na série com ajuste, com forte baixa na percepção sobre a situação atual. Apenas nos primeiros três meses de 2009, quando o País ainda sofria os efeitos mais agudos da crise mundial do ano anterior, foi registrado um resultado pior que este, informou a instituição.
“O resultado de setembro confirma que o nível de atividade do setor continua fraco ao final do trimestre”, ressaltou a FGV. “A redução significativa observada em agosto e setembro sugere que, ainda que tenha se encerrado o período atípico para a atividade produtiva, em função da Copa do Mundo, a avaliação predominante continua sendo de enfraquecimento gradual da demanda e de poucas perspectivas de melhora no horizonte de três a seis meses”.
Em setembro, a confiança de serviços recuou 3,2%, influenciada principalmente pelo Índice de Situação Atual (ISA), com queda de 6,2%, mas também pelo Índice de Expectativas (IE), que recuou 1,0%. Em relação ao momento corrente, a intensa perda de confiança no mês foi determinada pela redução de 9,3% no indicador de volume de demanda atual, além de uma retração de 3,5% no indicador de situação atual dos negócios.
De acordo com a FGV, a proporção de empresas que avaliam o volume de demanda corrente como forte caiu de 12,1% em agosto para 8,9% em setembro, enquanto a parcela de empresas que o avaliam como fraco aumentou de 29,4% para 33,9% no período. Em relação aos negócios, a proporção de empresas que percebem a situação como boa diminuiu de 18,3% para 16,9% na passagem do mês, e a fatia das que avaliam esse aspecto como ruim aumentou de 26,2% para 28,0%.
Já a queda das expectativas foi determinada pela redução tanto do indicador de tendência dos negócios (-1,1%) quanto do indicador de demanda prevista (-0,9%). A proporção de empresas que esperam melhora da situação dos negócios aumentou de 32,7% em agosto para 32,8% em setembro, mas a fatia das que preveem piora aumentou mais, de 11,2% para 12,6% no período. Em termos de demanda, a proporção de empresas prevendo aumento caiu de 31,9% para 31,1%, enquanto a parcela das que projetam um arrefecimento neste quesito aumentou de 12,3% para 12,6%.