O índice de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios no Brasil para o quarto trimestre atingiu 55,1 pontos, uma queda de 3,9% quando comparado ao do terceiro trimestre, de acordo com pesquisa do Insper/Santander. Com isso, o indicador atingiu o menor nível da série histórica, iniciada em 2008.
Na divisão por setores, serviços teve o maior recuo, passando de 57,8 para 52,7 pontos. No comércio houve queda de 58 para 56,7 pontos. E na indústria o indicador passou de 54,7 para 54,6 pontos.
Dos seis tópicos sobre os quais os pequenos empresários foram questionados, todos caíram. O pior resultado foi em Lucro (de 62,8 para 58,8 pontos), seguido de Faturamento (65,1 para 61,3), Desempenho da Economia (47,7 para 45,6), Investimentos (55,4 para 53,8), Ramo de Atuação (60,9 para 59,7) e Empregados (52,5 para 51,6).
Na divisão por regiões também houve piora em todas as unidades, com destaque para o Sudeste (de 57,8 para 53,6 pontos). Na sequência aparecem Nordeste (57,9 para 57 pontos), Sul (55 para 54,7), Centro-Oeste (58,1 para 57,8) e Norte (61,4 para 61,3).
“Após registrar uma queda moderada no terceiro trimestre, o índice apresenta um forte recuo no quarto trimestre, refletindo o aumento do grau de incerteza no cenário nacional. A retração generalizada em todos os subitens, regiões e setores sugere que a desaceleração da atividade econômica está disseminada e, portanto, que a retomada do crescimento poderá demandar um esforço maior”, afirma o professor e pesquisador do Insper Gino Olivares. “O que aconteceu na pesquisa referente ao quarto trimestre é reflexo da tempestade perfeita que caiu sobre a economia brasileira a partir de julho.”
Apesar de a indústria ter ficado praticamente estável, Olivares não crê que se pode falar em “fundo do poço”. Ele lembra que o setor foi o primeiro que começou a cair e vem sofrendo há bastante tempo, mas outros indicadores apontam que a indústria continua fraquejando e não há sinais de uma reversão dessa tendência no horizonte.
O pesquisador lembra que as micro e pequenas empresas podem ser menos importadoras de bens intermediários, mas no comércio e serviços as compras de bens finais são grandes. “Em um salão de beleza, por exemplo, quase todos os cosméticos usados são importados. Serviços e comércio têm bons motivos para ficarem preocupados com o câmbio”, aponta.
O Insper realizou 1.280 entrevistas telefônicas. A margem de erro da pesquisa é de 1,4 ponto porcentual, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. O indicador mede a confiança do empresário de pequenos e médios negócios (com faturamento de até R$ 80 milhões) na economia brasileira. O índice reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro da economia, do seu setor e do seu próprio negócio. Os entrevistados respondem questões obedecendo a uma escala de 0 a 100 pontos, onde 100 representa o nível máximo de confiança.