A confiança dos empresários do setor de serviços sinaliza que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) da atividade deve continuar nos próximos trimestres, afirmou o economista Silvio Sales, consultor da Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora a redução das incertezas, principalmente no campo político, tenha levado a uma alta das expectativas, a percepção sobre a situação atual continua ruim e provocou o recuo de 1,6% no índice de confiança ante abril.

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“Os sinais são de que essa trajetória de queda deva continuar”, disse Sales. Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o PIB de serviços recuou 1,2% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2014 – o pior resultado neste tipo de comparação desde o início da série, em 1996.

O perigo, segundo Sales, reside na fraqueza do mercado de trabalho. Diante do consumidor já cauteloso, a taxa de desemprego em alta e a queda na renda pode piorar a percepção das famílias e deprimir ainda mais a demanda, já encarada pelos empresários como insuficiente.

“Esse é um círculo que pode realimentar trajetória de desaceleração da atividade”, disse Sales. “A demanda doméstica aumentará de forma mais clara só em 2016”, acrescentou.

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