A confiança da indústria recuou 3,6 pontos em setembro, passando para 96,1 pontos, após ter caído 0,4 ponto em agosto a 99,7 pontos, aponta o Índice de Confiança da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta quinta-feira, 27. No terceiro trimestre do ano, o indicador ficou em 98,6 pontos, com queda de 2,1 pontos em relação ao trimestre anterior. A marca de 100 pontos representa patamar neutro.

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A coordenadora da sondagem, Tabi Thuler Santos, aponta que incertezas eleitorais pesaram sobre a confiança do setor. “A magnitude da queda da confiança em setembro pode ser associada à volatilidade intrínseca ao período eleitoral. Porém, a disseminação negativa por quase 75% dos segmentos e por todos os indicadores que compõem o ICI reforçam a percepção de deterioração dos negócios pelo setor, com efeitos que podem perdurar no quarto trimestre”, afirma a pesquisadora em nota.

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O componente que avalia a situação atual (ISA) sofreu queda de 2,7 pontos, para 95,2 pontos, marcando o segundo recuo consecutivo. Dos 19 segmentos pesquisados, 12 apresentaram piora na avaliação sobre as condições presentes.

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“O indicador que mede a percepção sobre a situação atual dos negócios foi a principal influência na queda do ISA em setembro, com recuo de 3,4 pontos, para 93,5 pontos”, aponta o Ibre/FGV. A parcela de empresas que consideram bom o ambiente de negócios caiu de 18,0% para 16,1%, enquanto a parte que considera o ambiente fraco subiu de 22,6% para 23,6% do total.

Já o Índice de Expectativas (IE) registrou queda mais acentuada de 4,3 pontos, aos 97,1 pontos, sendo que apenas cinco dos 19 ramos de atividade se mostraram mais otimistas em relação ao futuro.

“As expectativas dos empresários sobre a produção nos próximos três meses foram o principal componente a influenciar o recuo do IE no mês. O indicador caiu 8,1 pontos, para 98,4 pontos, menor nível desde janeiro (98,0)”, explica a nota. “Houve diminuição da proporção de empresas prevendo aumento da produção, de 43,7% para 36,6%, e aumento da parcela das que esperam redução, de 17,7% para 23,1% do total”, complementa o Instituto.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) avançou 0,9 ponto porcentual no nono mês do ano, para 76,9%, marcando o segundo mês de alta. Ainda assim, ressalta o Ibre/FGV, o resultado do terceiro trimestre (76,2%) ficou 0,2 ponto porcentual abaixo do segundo trimestre.

A edição de setembro de 2018 da pesquisa coletou informações de 1.153 empresas entre os dias 3 e 25 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 29 de outubro e a prévia será anunciada dia 22 do mesmo mês.