A confiança da indústria recuou 0,4 ponto em agosto, passando para 99,7 pontos, após permanecer estável em julho, a 100,1 pontos, aponta o Índice de Confiança da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta terça-feira, 28. O patamar é o menor desde janeiro deste ano, quando havia marcado 99,4 pontos. Já na média móvel do trimestre encerrado em agosto, foi verificado um recuo de 0,4 ponto, para 100,0 pontos.
A coordenadora da sondagem, Tabi Thuler Santos, aponta que este também é o primeiro mês com patamar de confiança abaixo dos 100 pontos desde janeiro. “A escassez de boas notícias e bons resultados e o elevado nível de incerteza mantido por questões internas e externas tornam a recuperação da confiança mais distante no horizonte temporal”, afirma a pesquisadora em nota.
O componente que avalia a situação atual (ISA) sofreu queda de 1,1 ponto no mês, para 97,9 pontos. Dos 19 segmentos pesquisados, 12 apresentaram piora na avaliação sobre as condições presentes. “O nível dos estoques foi o único componente a piorar dentre as percepções sobre a situação atual e, portanto, foi determinante para a queda do ISA em agosto”, aponta o Ibre/FGV. A parcela de empresas com estoques considerados acima do necessário avançou de 7,6% para 9,3%, enquanto os estoques insuficientes também cresceram, de 4,3% para 4,8%.
Já o Índice de Expectativas (IE) registrou alta de 0,3 ponto, aos 101,4 pontos, sendo que apenas nove dos 19 ramos de atividade se mostraram mais otimistas em relação ao futuro. O item de maior influência positiva é o que mede as expectativas com evolução do pessoal ocupado nos três próximos meses, subindo 2,1 pontos, a 97,7 pontos. “Houve diminuição da proporção de empresas prevendo aumento do quadro de pessoal, de 17,4% para 17,1%. A parcela das que esperam redução caiu em maior proporção, de 15,0% para 12,6% do total”, relata o instituto. “Em termos agregados, houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados”, explica.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) avançou 0,3 ponto porcentual no oitavo mês do ano, para 76,0%, interrompendo uma sequência de dois meses em queda. Ainda assim, ressalta o Ibre/FGV, o resultado é “insuficiente para compensar as quedas registradas nos dois meses anteriores”.
A edição de agosto de 2018 da pesquisa coletou informações de 1.084 empresas entre os dias 1º e 24 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 27 de setembro e a prévia será anunciada dia 21 do mesmo mês.